gostou?

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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Férias na Cidade Maravilhosa

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Andar pelas ruas de Ipanema nessa época do ano é, no mínimo, curioso.
Você pode falar francês, inglês ou alemão que tá em casa. E de protuguês, tem pra todas as regiões. Em casa.
Você passa até a olhar mais atento para as paisagens de sempre, tamanho olhar fascinado dos turistas que transitam.
Fora o mercado e os bancos, que você desiste de ir. Filas quilométricas.
Pessoas rosadas por todos os lados (ninguém leva fé que mormaço também queima), engarrafamento de pedestres na Visconde de Pirajá (rua "das vitrines"), sorveterias lotadas e casas de suco idem. Açaí por todo canto (isso porque o daqui nem é do bom). Chegou o verão! São as férias no Rio de Janeiro!
Bem.
Eu não tenho férias, portanto não posso sair da cidade maravilhosa por muito tempo.
Aí fico me repetindo as histórias de que "quem mora no Rio não precisa viajar", pra ver se cola.
...
Mais ou menos.
O Rio é melhor fora de época, como aliás, todo lugar deve ser.
Mas sem queixas. É como o velho "seria trágico, não fosse cômico".
E eu me divirto.
Coloco meu par de giga-óculos e saio por aí exibindo meu "bronzeado" amarelo-coxia-esverdeado.
E ainda me surpreendo quando me perguntam se "do you wanna see the coast by boat"...
Não, obrigada.
Pena que obrigada não tenha nenhum som de "s"... ou no meu caso, de "x".

C'est ça.
Feliz Ano Novo a todos!
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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sobre Se Movimentar - Ou Não

"Não há porque chorar por um amor que já morreu".

É, rapaz. Concordo mais uma vez contigo. Você muda a versão e eu continuo concordando.

Tem coisas que o próprio tempo faz a força de resolver para que ninguém se machuque. Laços se desfazem, amores se despedem, páginas viram com o passar do vento.
Certo que às vezes é necessário rodar a manivela e isso requer esforço, certo que o motor precisa de ajuda para sair da inércia. Sim. Mas como nossas ações são sempre o resultado da briga entre a massa cinzenta e o miocárdio e nessa guerra nunca saberemos quem é o mais digno de respeito, o tempo é o mais sábio. Com o tempo, os maiores vendavais assentam poeira. E aí fica possível enxergar claramente. Respostas são dadas (ou a falta delas, o que é uma resposta) com o tempo. E quem sente, entende. Assim como quem pensa. Então coração e mente fazem as pazes e se pode caminhar tranquilo rumo ao desconhecido.
Porque de relação só se aprende tentando. Uma vez a gente se descabela, numa outra fica em paz, de uma próxima gargalha do destino ou ainda fica querendo desaparecer... cada caso, um caso. Nem a gente mesmo pode se dizer que é o mesmo numa próxima vez.
Então você me diz que é hora de deixar tudo como está e eu entendo.
Então o sol resove aparecer na minha casa escura e eu aceito.
Ano novo.
Ventos novos.
Cabeça equilibrada no pescoço sem tombar. Peito cheio de fé em dias melhores.
Porque, além de minha avó que tinha propriedade de causa para tal, nunca vi ninguém que tenha morrido de amor.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

- Por onde você andava?
- Pensando.
- Eu te esperei tanto... Conseguiu?
- Quase.
- E o que falta?
- Falta.
- O quê?
- ...
- ...
- Eu preciso ainda...
- De quê? Eu dou.
- Não. Eu preciso ainda descobrir o que é preciso.
- Entendi.
.
.
.
- Isso é bom ou ruim?
- Qual a diferença? Em algum lugar o ruim vai ser bom e o contrário idem. Deixa assim que o tempo mostra.
- Só o tempo.
- Só o tempo.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Lost

Sempre fui meio lerda pra modas, até hoje não li o Harry Potter.
Então há uma semana resolvi começar a ver Lost e estou acabando as temporadas que saíram em DVD (só faltam 5 episódios, o que será de mim???), matutando se vou ou não baixar o resto pela internet.
Esse troço vicia.
Sei que já tenho minha teoria formada, que a cada capítulo só se confirma. E tenho quase certeza que eles me surpreenderão e me farão pensar: "bobinha, você achava mesmo que era isso?"
Enfim.
Me apeguei aos caras, sonhei com a Kate essa noite, o Sawyer tem me mostrado a cada dia que vilão que é vilão é maneiro e você entende o lado dele, o autor sabe fazer você torcer pelo mocinho sem que exatamente você queira isso, quero que o Mr. Eko volte porque ele era foda e estou orgulhosíssima do Brasil por ter um Rodrigo Santoro fazendo uma participação ainda que pequena. E ele falando inglês ficou curioso...
Euforias à parte.
Ando pensando em destino à beça.
E que coincidências não existem.
E que a gente tem mania de querer consertar as coisas.
E que é pura culpa.
E que ver televisão também nos faz pensar na vida.
E que, no fundo, no fundo, alguém está vendo tudo isso.
Hehehe.
Piadinhas internas à parte, estou bem, não se preocupem.
Um minuto.
O último episódio acabou num suspense absurdo, preciso voltar pra minha pipoca.
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Conselho?
Assistam.
Mas quando estiverem assim, meio de férias, meio com tempo. Porque o troço te pega mesmo.
Bad robot.
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domingo, 7 de dezembro de 2008

To Live Alone

O cara que inventou o perfex devia morar sozinho!
.
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Dicas para quem exerce a tarefa de cuidar de sua própria casa sem, necessariamente, ter lá tempo pra isso:

- Perfex é perfex. Os paninhos amarelos ficam úmidos por mais tempo, portanto cheiram pior.
- Gastar um pouquinho mais com geléia, café e mostarda de boa qualidade, se você vive sozinho, vale à pena o retorno.
- Pão francês congelado fresquinho fica como saindo da padaria se sair do freezer direto pro forninho.
- Cada coisa na casa ter o seu lugar ajuda na organização e guardar a coisa assim que terminar de usar evita aquelas arrumações gigantes que não se sabe por onde começar.
- Roupa pendurada esticadinha quase não precisa passar.
- Ter sempre um vizinho amigo com quem você possa deixar as chaves de casa ajuda nos perrengues.
- Incensos, bom-ar e afins não limpam. Quem tem alergia sabe disso.

C'est ça.
Coisitas que aprendemos com a casa.
Da série "mamãe tinha razão".

domingo, 30 de novembro de 2008

Tudo Palhaçada

Jornal, TV, calçadas próximas à Cobal do Humaitá.
Tudo palhaçada, não fosse trágico.
O resto, todo o resto, sou só eu.
E meu bendito olhar.
Palhaçada.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Banalogias

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Tento não deixar o 'toc' ser maior do que meu dia a dia.
Tento não me importar 100% com as diferenças de gênero no uso do simples tampo do vaso sanitário.
Mas me dei conta que desde que saí da limpíssima e esterilizadíssima casa de mamãe tenho implicâncias com qualquer assento íntimo.
Afinal, talvez seja ali o único momento em que estamos realmente sozinhos.
Filosofias matinais à parte, fez parte da arrumação da casa me presentear com o detalhe mais detalhe do detalhe de minha casinha: um tampo novo. Branquinho e brilhante, como na casa de mamãe.
Sempre quis, mas sempre ficou pra depois.
Sabe que valeu à pena?
Foi como uma renovação interna, ou um novo e poderoso defumador adentrando a casa.
Incrível.
Perda de tempo, ainda mais parar pra escrever sobre!?
Nem.
Quis deixar registrado.
O Domingos que diz que qualquer desejo que você tenha, por menor que seja, deve ser respeitado. "A máquina de desejar do homem é muito frágil, se não for satisfeia, quebra".
Sábias palavras.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Sobre Filmes, Caixas e Cedilha

Festival te entope de filmes, conceitos, ideias, diferentes olharese imaginacoes.
E ha uns filmes que te desentopem, tiram a esperta rolhinha dos olhos e te fazem renovar aquelas que ja quase viravam pedras de tao paradas lagrimas.
Muito bom.
Fora o orgulho que so aumenta, pois os melhores filmes que vi, e nao so eu achei como todo o publico, sao dos meus amigos.
Muito, muito bom.
Nessa, vi minha irma, linda, linda, enorme e talentosa.
Sem tamanho.
Meu peito quase explode, minha cabeca remoi ideias. Algumas imagens, frases e argumentos insistem em nao serem esquecidos:
"Ah, entao voce e daqueles que quando esta de frente pro que sempre quis, vira as costas?"
- Ela guardava o coracao numa caixinha e resolveu devolve-lo ao peito. Ele resolveu enterrar o seu. Ela retirou novamente e devolveu pra caixa.
- Ele a deixou partir sem que ficassem entendidos pos-briga e ela nao poderia mais voltar.
Muitas informacoes.
Crio coragem para sair do carona do meu carro sem motorista, como no sonho da irma, coragem de viver a vida.
Vida de gente grande.
Minha devol vida.
Retorno o coracao pro peito, que de la nao mais saira, sigo confiante de volta pra minha cidade.
Proximo passo: arrumar a casa.
Todas elas.
E dessa vez, arrumar e revisar sem noias, sem me importar se o teclado nao tem acentos.
Sem ter medo de escrever coracao sem cedilha, isso em nada muda a intensidade do orgao, em si.
Hora de sair. Vou voar.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

"Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão
Seduzir as pedras, catedrais, coração
Amar é perder o tom nas comas da ilusão
Revelar todo sentido
Vou andar, vou voar pra ver o mundo
Nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo"

ele disse.

"Canta
Vira a dor pelo avesso, canta
Larga essa vida assim às tontas
Deixa esse desenganar"

ela disse.

Viro do avesso o fundo da paixão.
Largo esse seduzir.
Deixo de perder o tom às tontas.
Vou andar pra ver se encheria esse desenganar.
No meu canto.

digo eu.

sábado, 1 de novembro de 2008

No Auge do (des) Processo

saiu:

É verão e caminho em versão pálida.
É cidade e praia e luzes e câmeras
e preciso passar em museu.
E de que maneira seria assim possível?
Treino línguas, tons menores,
toco olhar,
anéis,
tambores.
Fujo da razão.
A razão única agora é a inexistência dela.
Tudo o que é meu mais meu
mais "eu sinto"
urge por ser resgatado
deve ser isso:
pura saudade de mim.

E o que dizer sobre o que se passou?
Que estava louca,
que antecedi os passos, os dei mais largos,
errei nas escolhas?
Que caminhava em estrada errada, andava mal interpretada,
mal aproveitada, dava voltas em bolha minha?
Não.
Não.
Apenas necessitava (e ainda) do corpo na sombra,
da cabeça no colo, no travesseiro, de lembrar da casa o cheiro.

De caminhar.
Sem pressa.

***

e depois do descanso merecido, a volta, por fora ainda pálida, reluz em arco-íris interno.

sábado, 25 de outubro de 2008

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Título

Vá sem pressa, dizem.

Sim. Estou conseguindo.

Leiam o que escrevo.
Mas não escrevam o que eu falo.

Falem o que eu digo.
Mas não façam o que eu faço.

Para a lucidez não há remédios.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sobre Partir (de ir embora)

...Ele precisava sair dali.
Aquela cidade tinha ficado pequena...


Já não espero pra afastar
Só desespero faz andar
Desço num poço, desvirginarei
e ainda corto um pedaço daquilo que sei

Sábios me acusam de existir
Desparafusam a razão:
tão inquieta que tenta ferir
Tão solitária - paragem estação

Já não procuro desistir
Só e seguro sobrevir
Peço, não posso agir como achei
e ainda meço o passo que ontem andei

Lábios não tentam me impedir
Desacorrentam meu querer:
tão insecreto trajeto de ação
Tão solitário - paragem estação

Agústia é preencher
(tentar).



letra escrita sobre a melodia do Antonio.
que além de músico, é meu.

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domingo, 21 de setembro de 2008

Sobre o Desenvolvimento da Coisa-Gente

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Então, no fim, ela estava pronta para começar.
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Ela se sentia um tanto casca, um tanto gema, um tanto não-pronta.
Mas estava ali, cumprindo o dever tal que lhe teriam proposto.
O dever que duraria uma temporada tal que ela teria aceitado.
Mas pronta, pronta, assim, prontíssima.
Não, não sentia.
A volta pra casa pós-dever realizado era sempre com a sensação de que um bocado mais poderia ser feito.
E toda semana ela tentava acertar.
Às vezes com mais, às vezes com menos satisfação.
E ela ouvia o retorno. Atenta, ouvia.
E observava quieta. Atenta, observava.
Eis que chegou o dia último do dever que ela se comprometera em fazer.
Chegou o último dia e no último dia ela chegou lá.
Estava pronta. Finalmente.
Ouviu de voz que nem sua era sobre seu desenvolvimento ali.
Sim. A coisa ficou enxergável.
Um dever compriiiido.
Um dever cumprido.
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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Pêndulo

se então é o futuro o grande astro, o que me move, impulsiona, atenção.
o presente não pode pregar peças, atenção.
mantenhamos nossas causas próprias, ainda que em prol da causa comum.
ansiedade faz parte do sonho mas é preciso cautela...
e hoje,
contrato reanalizado, contato refeito,
caminho com uma pluma nas mãos, contra o vento, tentando não deixá-la voar.
é a vontade absoluta de ter realizado o sonho
ou o ainda receio de errar para mais?
preciso de uma balança que equilibre realidades...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Quanto Tempo

25 dias.
Que não passo por aqui.
Sabe quando compromete-se mais do que se sabe que consegue-se?
Pois isso.
O fiz.
Dando conta, estou. Mas esqueci um cadinho de projetos pessoais e dentre eles, escritos e pensamentos e tudo o mais do campo das idéias-minhas.
Faz parte.
E no meio dessa bagunça, tormento-arte, sem-tempo bom,
não quis deixar branco.
Trago então pensamento não-meu:

"Oh, minha alma! Não aspira a vida imortal, porém esgota o campo do possível."
Píndaro.
(trazida pra mim por Domingos Oliveira)

Aliás, Canequinho, Sábado, 21h.
Vale a pena.
"Os Sábados do Domingos"

inté.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Sobre Estrada, Caminho, Tempo. Os Três. E mais.

esse tal tempo
"senhor tão bonito" e "compositor de destinos"
tece.
tece o manto - eu.
sou o que o tempo fez de mim?
ou sou eu quem tece o tempo?
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essa tal vida
"batida de um coração", "doce ilusão"
escreve.
escreve a estrada - minha.
sou a estrada que percorri?
ou serei o ato de escolher caminho?
.
os dois.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Coisas do Rio de Janeiro

e da letra do paulinho:

Olá, como vai
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo, correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranqüilo, quem sabe?
Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios...
Qual, não tem de que
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo, talvez
Nos vejamos, quem sabe?
Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo...
Tanto coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa rapidamente
Pra semana...
O sinal...
Eu procuro você...
Vai abrir!!!
Vai abrir!!!
Eu prometo, não esqueço, não esqueço
Por favor, não esqueça
Adeus...
Adeus...


aí li hoje no "banalogias" do francisco bosco (filho de joão - o livro é delícia... analogias das banalidades... tô curtindo)
transcrevo:

"pois para muitos cariocas, que já estão mais do que familiarizados com o diálogo, e talvez sobretudo para os não-cariocas, que constataram perplexos o encaminhamento futuro dessas promessas, essa figura linguística acaba por se configurar como uma situação de constrangimento.
(...)
mas o que faz com que a situação seja experimentada por muitos como constrangedora é justamente o entendimento desse não-dito, dessa promessa que sabemos sem fundos ("te ligo, com certeza"), como sendo uma mentira. fulano disse que ia ligar, mas não ligou: mentira, portanto. pior: fulano assegurou que ia ligar, enfatizou, sublinhou a promessa com todas as inflexões e entonações da convicção. mentira ainda mais grave, gravíssima.
entretanto tudo muda se pensarmos o recalcado do diálogo, o não-dito, não como uma mentira, mas como um modo indireto de verdade. assim, o horizonte em que a promessa passa a ser verdadeira não é mais a sua efetivação posterior, mas o que, dentro dela, vibra afetivamente: "te ligo" passa a significar "gosto de você", "vou ligar com certeza" traduz-se por "gosto muito de você", e assim por diante, a intensidade afetiva aumentando à proporção das entonações e expressões de segurança. fernando pessoa dizia que "a linguagem pode mentir, mas a voz não."
(...)
uma amizade intensa passa de um estado de intimidade diariamente atualizada - conversas frequentes, presença física constante, confissões, vidas em permanente comunicação - para um estado de amizade em que a distância se interpõe e dispersa as trajetórias dos amigos, porém algo da intimidade da outra configuração resiste a essa nova forma e se mantém intenso, incólume à distância. esse "algo da intimidade" se transforma em um afeto constante que, adormecido e escondido pela distância, emerge efusivamente na presença do amigo.
(...)
perde-se a intimidade, já não se sabe tão bem da vida do outro, mas fica, incorruptível, o afeto, que vem à tona nos encontros fortuitos.
(...)
doravante a amizade é isso: o afeto efusivo, a alegria dos encontros fortuitos - que entretanto tenderia a perder a efusão se se tentasse um movimento restaurador. o recalcado do diálogo, o não dito, se forma nesse ponto: é que seria duro demais trazer à tona o núcleo de perda e de impossibilidade que se encontra na formação de um afeto tão positivo, tão efusivamente manifestado. opta-se por escondê-lo, e para tanto faz-se necessário mascará-lo com a promessa da restauração: "vou te ligar". quanto maior a consciência - ou a intuição - da impossibilidade, e de quanta perda ela encerra, maior a necessidade de mascaramento: "vou te ligar, com certeza."
assim, curiosamente, quanto maior a mentira, maior a verdade."




bom, palavras já há muitas por aqui.
outro dia eu faço meus comentários sobre.
mas recomendo o livro. e paulinho da viola, sempre.

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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Dois em Um

Canja - Canjica

Ah, se eu-criança soubesse que um dia em casa eu faria as duas, num mesmo dia, e ainda com sorriso de agrado!
Ah, se eu-ela soubesse que esse seria um cardápio escolhido prum jantar / sobremesa de inverno, dentre todas as outras opções, quando não se tem mãe pra pôr à frente o que ela quer que você queira.
Se ela soubesse... certamente enrugaria o nariz num: "eca!"



Coisas da Rua

Era dia de semana e era hora do almoço. Era Botafogo, portanto barulho de buzina e pessoas engravatadas saindo para comer naquele ânimo de "ainda bem, uma pausa". Elas desciam as escadas da Furnas e uma avistou um morador de rua dormindo sobre a calçada, sob um cobertorzinho esfiapado, aproveitando uma frestinha de sol para esquentar.
Uma viu.
- Coitado, como é que consegue dormir com esse barulho todo?
E a outra:
- Que horas você acordou hoje?
- Às cinco e meia.
- Pois é, eu também.

Fiquei ouvindo. Fiquei pensando.

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domingo, 29 de junho de 2008

Vêm de Berço

Tem coisas que aprendemos.
Outras repetimos.


"Os encontros são para se divertir e as pessoas devem aproveitar para se conhecerem melhor. Até os meninos têm coisas interessantes para dizer se prestarmos bastante atenção."
Luísa, 8 anos.


"No primeiro encontro contam-se mentiras interessantes para conseguir um segundo encontro."
Martim, 10 anos.


pois sim.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Dias

Hoje tive um dia de folga.
Oba! Vou pra casa ter um diazinho todo pra mim!
Aí uma muito amiga que não via há mais de 5 anos me telefonou.
E passamos um diazinho todo pra gente!
Só pra mim tenho a vida inteira...

domingo, 22 de junho de 2008

Verdade

"Gostou do meu cabelo novo?"
"Não, preferia antes."
"Creeeedo! Você, hein?"

Pois então vamos a ela.
Difícil e necessária verdade. Ela machuca bom. Dor boa de quem a partir dela, passa a saber. Mas também a partir dela lida com um mudo sem muros, sem plástico bolha, sem máscaras de afetos ou desafetos.
Verdade que, crua, abre os olhos de quem não via.
Que põe os óculos e os graus certos na teimosa miopia.

Combinado assim: vamos falar toda a verdade?
Combinado assim.


"E aí? O que achou da minha peça?"
"Uma merda."
"Ah, vai se f#*&r"
"Quem me dera."

Agora tudo é desafio.
Agora tudo é mais difícil.
Agora tudo passou a ser.
Agora é melhor.
Depois vai ser melhor ainda.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Sobre escrever, felicidade, angústia e Fiona Apple

Numa entrevista, a Fiona Apple, respondendo o porquê de suas músicas serem todas melancólicas e com letras de relacionamentos conturbados, disse sorrindo e simplesmente que os dias em que ela "necessitava" sentar no piano pra compôr eram aqueles que a angústia tomava conta, por isso precisava transformar em música...

Entendo.

Entendo perfeitamente.

Com licença, vou viver um pouquinho que a necessidade de escrever não veio.

assistam um cadinho dela, que vale à pena.
http://br.youtube.com/watch?v=_A2gor-sbFU&feature=related

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Miopia

Passa alguém do outro lado da rua. Te acena. Você nem.
Vem se aproximando alguém. Você sorri. Nunca tinha visto antes.



É assim.
Coisa de quem só vê de perto. De longe é como debaixo d'água. Nem adianta.


A distância abre espaço para a imaginação. Não dá pra enxergar, não dá pra saber de verdade, aí a gente abusa de inventar! Dá sim, pra adivinhar o movimento do outro, mas pra isso é preciso conhecer. Conhecer ao menos a silhueta. Ao menos a ginga. Senão, qualquer mané vira teu pai, uma outra qualquer sua melhor amiga, e chegando bem pertinho lá vem o susto: nada a veeer!!!
É assim também com as histórias.
(Mas aí não dá pra generalizar. Talvez pra isso seja preciso ser 'míope de percepção'. Me designei assim.)
Só consigo saber de perto. Não me venham com a certeza de que eu vou saber o que se passa contigo lá em Oiapoque. Não. Chega perto, que aí eu enxergo.


Mas o bom da miopia (da vista!) é que, tendo os óculos, a gente ganha a opção de presente. Querer ver. E querer não ver. Uma questão de momentos, escolhas e vontades. É que às vezes enxergar demais dói. É a tal da verdade. Mas aí já é outra história, um dia conversamos sobre ela...

domingo, 8 de junho de 2008

A (Minha?) Caixinha

Certa vez ganhei uma caixinha de presente.
Ela era linda, colorida e carregava um cadeadinho simpático na frente.
Ganhei a caixinha, o cadeadinho e a chave.
Abri, encontrando espaço. Apenas espaço para mil possibilidades.
Deixei então a caixinha em cima da estante, enquanto examinava qual seria a possibilidade escolhida para preenchê-la.
Fotos? Lã? Escritos? Segredos?
Não decidi.
Ela ficava enfeitando a estante, dando um charme a mais ao quarto, assim, sem utilidade...
Num dia, precisando de mais espaço, a caixinha deu lugar aos livros e foi parar num lugar qualquer, talvez em cima do armário, talvez numa gaveta esquecida, talvez.
Eu continuava afazeres nem lembrando de sua existência...
Foi quando uma vez, num estalo: precisei da caixinha! Descobri um tesouro importante, valioso, eu precisava guardar e tinha de ser ali!
Procura, sobe armário, liga pra mãe: onde está minha caixinha?
Achei.
Ela continuava ali, embora empoeirada:
Em cima do armário, esquecida e linda.
Peguei minha caixinha! Tirei poeira, passei pano, beijava a caixinha: como pude?
Nesse dia, sozinha em casa, eu olhei meu pequeno tesouro e minha achada caixinha e percebi que eu tinha tudo.
Foi quando me dei conta que não tinha mais a chave.
Estava tudo ali, mas me faltava acesso. E achei desrespeitoso arrombar cadeado.
Meu tesouro continuava sem casa e minha caixinha voltou a ser enfeite.
E eu, aprendi a tomar conta direito.

sábado, 7 de junho de 2008

Reciclando

E como a vida, por mais que evolutiva, se repete,
sigo com post já postado
idéia já pensada
alegria parecida:


Domingo, 24 de Junho de 2007

O Silêncio
Quem mora em cidade de buzinas, mais gente do que espaço, excesso de poluições das mais diversas, clama por ele.Quem exercita o ouvido a sutis melodias, sobreposição de vozes, pianíssimos e ainda assim perceptíveis, clama por ele.Subir ao alto de uma montanha e ouvir o silêncio interior que a beleza traz é impagável.Olhar nos olhos e calar o silêncio com um beijo tem o tamanho do frio na espinha.Poder fechar as janelas e viver o silêncio da paz e da calma de ter casa é quase (não quase, é.) realização de sonho.O Silêncio.Entidade em letra maiúscula tão esperado, tão necessário, tão envolvimento comigo mesma, tão companheiro de meditação - estado único.Quando o mundo grita, e tanto grito sufoca, clamo por ele.Quando a voz interna embaralha, são mil eus recorrendo às mais diversas escolhas, clamo por ele.Quem, como eu, acompanha contradições (internas e externas) diariamente, aguarda a tão esperada hora do silêncio para viver em paz.Mas o silêncio também mata.Basta ele vir sem ser chamado.Ele afasta. Afastando, dói. Doendo, me mata, aos poucos.É hora de clamar pelo grito.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Coador de Pano II

lembram do coador de pano?

http://outrapartedemim.blogspot.com/2008/03/coador-de-pano.html

então.
há alguns meses que tomo café extra-forte e não sei porque fui comprar logo o extra-forte, já que sou adepta ao chá-fé, ainda assim tomei o pacote inteiro.
semana passada ele acabou. eu já andava achando forte demais, ou meu estômago forte de menos. fiquei feliz, ele acabou.
ontem fui contente ao mercado comprar um café tradicional!
hoje acordei e passei pelo coador de pano o café tradicional!
uma beleza!

tomei.


estava amargo.

pausa para tentar entender, enquanto tomava o tradicional amargo...
.
.
.
foi o coador de pano.
passou do tempo.
sim, eu lavava depois de usar.
sim, ele secava ao ar livre.
sim, cuidei direitinho com todo o cuidado que ele necessitava.
não, ele não mofou, nem rasgou.
mas amargou.
ou foi a saturação do pano, ou foi o tempo mesmo, o fato é que o coador que estava comigo há mais de um ano perdeu sua função.

joguei fora.
todo aquele cuidado de mais de um ano.
joguei fora.

é...
as coisas materiais têm prazo de validade.
as materiais, têm sim.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Eleições

Em breve começam as campanhas dos candidatos à prefeitura.

Se queres saber o caráter de um homem, dê a ele o poder.

Uma vez me disseram isso. Concordei. No dia, com o conceito. Hoje, com propriedade de causa. O difícil é permanecer generoso e principalmente modesto quando se têm o comando nas mãos.
O candidato do partido do prefeito da minha cidade já deu a campanha por vencida. E já tem agido como dono da situação.
Fala besteira, é arrogante e grosso.
Mas a cidade toda já conhece o principal concorrente.
Que já foi prefeito algumas vezes e não perdeu o falar de igual, o olho no olho, a generosidade.

Sei que aqui não é lugar para campanha, mas prefiro dar crédito ao Jorge.
Sei que ele, ainda que com o poder nas mãos, continua sendo o Jorge. O mesmo.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ciclos, Círculos e Pontos Finais.

tem horas em que o melhor é respirar e seguir adiante.
melhor do que tentar esmurrar minhas facas já sem ponta.
e seguir significa parar de tentar. insistir é não deixar fluir.
se o mundo sempre caminhou melhor do que eu,
por que agora essa mania de querer ser leme?
sempre fui melhor motor de popa...


ciclos são eternos.
círculos voltam ao mesmo ponto.
pontos finais no plural, são reticências...

será hora de trocar de título?

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Amigos

- Vamos apostar corrida até cair no chão, morrer de rir, cantar bem alto e na volta pra casa tomar suco azul com pão de queijo?

E vão.

Sem nem perguntar que porra é essa de suco azul.

Continua a Caminhada

e se o silêncio incomoda a quem não ouve,
imagina a quem não grita.
é como se raiva e tristeza no mesmo bolo virassem nó.
na garganta.
e nada passa.
nenhumas palavras.
nem pela cabeça, passa.
somente sensações
merdacorrearrancaescrotoagarrafogequeronãoquero
mataolhavaziovaziovaziosilênciocalmaqueronãotenho
precisonãotenhovocênãotenhomorrernãotenho
coragemoqueé?verdadeondeestámerdafogerespira
palavrassomemseusexogritagritagritamastatudoentupido.
a boca abre e só sai lacuna.
os olhos fecham pra não sair mais nada.
eu desejo meus sorrisos de bicicleta na lagoa

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Tava Faltando...

Era como se sem ele ela se sentisse menor, mais frágil, e não era hora.
Ela precisava ser forte.
Mas se sentia nua. Faltando um pedaço.
Como se suas próprias mãos não entendessem a falta dele. Ela olhava para as mãos e quase podia ouvi-las em apelo...
Até mesmo o espelho do elevador denunciava a falta.
Parecia sério.
Ela então tentou disfarçar para si, sublimar o pequeno, fingir não se importar.
Telefonou para o rapaz da agência que tratava de sua viagem (ainda tentando abstrair as mãos no gancho do telefone, sem ele) e continuou os afazeres.
Faltavam poucos dias para ela deixar a cidade e não teria tempo para ele.
"Esquece ele", pensou.
Terminou a consultoria da cliente que havia feito encomenda.
Desenhou a coleção outono-inverno da cliente-chefe.
Correu para a reunião às 19h mas chegou às 19h15.
"Desculpa".
Em casa, uma pilha de tecidos lhe esperava para virar acessórios.
"Mais uma noite de pouca cama".
Era madrugada e ela não se conteve
"Não vai dar pra viajar sem ele!!"
Telefone!!
Disca...
"Alô? Farmácia 24 horas? Um esmalte vermelho, por favor?"
Pintou as unhas.
Não dava mais para continuar vivendo naquele mundo sem cor.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Lua Cheia

Era noite de lua e Ele voltava pra casa.
o mundo inteiro desmoronava.
mas Ele marchava tão certo, tão inteiro e adiante,
que nem percebeu.
e também o mundo que em pedaços se partia, não o viu.
Ele sorria enquanto não era visto por destroços.
Ele morava em outro mundo.
e seguia.
naquela noite de lua Ele foi certinho
inteirinho
todo no tempo certo.
e só Eu percebi.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Grande Manoel

para a desesperada de amor que doente persegue uma relação saudável como um banho no lindo lago de coca cola light do amor

um:
um tirésias sub_atômico pediu que eu lhe avisasse:jogue reto. Se procurar desvios, faça como a água. Tanto em um caso como outro procure jogar como a criança. de verdade, na matéria. jogos são bons, desde que sejam, por mais abstratos, materiais.
dois:
o que é pode deixar de ser? o real pra mim é verdadeiro pra você?
três:
eu invento intenções. voce inventa enganos. eu e você enlaçam os pescoços com cordas discursivas para então depois acontecer o quê mesmo? já sei, suicídios possíveis. já sei, medrosas atitudes. já sei, dissipação de energia. não sei, o que você e eu querem dizer um ao outro mesmo?
quatro:
eu me predispus. você apareceu. eu já havia me decidido que haveria, por alguns meses, um você. e o você apareceu. mas você veio melhor que a encomenda. você é melhor que o você que o eu imaginou. e como fico? mais uma volta na corda.
cinco voltas:
nas corridas quem dá mais volta em menos tempo ganha. no mercado de suicídios também. obviamente o que vale é dar voltas e desaparecer nelas. ou então, performar a morte. um corpo no momento em que deixa de viver.
seis:
deixar de viver corresponderia, grosso modo, a deixar de produzir reações metabólicas. é mentira isso tudo. o corpo, mesmo morto, se transforma. a morte é a continuação da transformação. o corpo definha. o corpo vira o que era um corpo. o corpo se parte. o corpo, na realidade, dá a ver o que ele realmente é: meras plenas partes.
sete:
que importa quem diz eu?
oito?
para quem importam meus olhos? eles importam para quem os vê. eles são importados para todos os mundos que eu mesmo não vejo. mundos, mundos, mundos. as vezes não dou conta dos mundos. sempre, quis dizer.
nove
ela quis dizer ama você. mas ela ama mesmo a si. e isso é bom. verdadeiramente muito bom. ela quer se transformar. o bom disso é que ela quer que você a leve. uma mão, uma mãe. ela ama você. essencialmente. como a ela mesma olhando para ela por você. ela ama a si, por seus olhos, você, mediação. o eu que ela através de você consegue ver.


do Manu, Manolo, minha Cibele querida, que me deixa em desavesso.
querendo mais, tem link ali.
"telepifania".

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Cafoninha Infame

Aí tem dia que você acorda lúcido.
Dá passos acertados, nem precisa pensar pra falar.
Você está ajustado com o tempo e as palavras são pura sensatez.

Aí você torce o nariz pra tudo o que é cafoninha.

Mas tem dias que não adianta. O Wando te parece um cara fofo, você acha bonitinho passarinho namorando e até esquece do trânsito se divertindo com a rádio Paradiso.

Em homenagem à segunda opção, bora, todos juntos, mãozinhas pro alto, é pra cantar comigo!

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agoooooora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdeeeeeeendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

(VAMO LÁ, MÃO PRO ALTO!)
Agooooooooora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando te encontrar

E nesse desepero em que me vejo
já cheguei a tal ponto
de me trocar diversas vezes por você
só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la


(MAIS UMA VEZ QUE TÁ BONITO!)
Agooooooooora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdeeeeeeeeeendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho


Ê belezura!
Ascenderam os isqueiros??
Aaannnhhh.... minha gente, bora então, de novo!

Agooooooooooooooooooora............

domingo, 11 de maio de 2008

Pai Branco, Pai Preto


Olha na caminhada, carrega pra luz.
Licença, peço.
Devagar, vago.
Nada vago, reto.
Olhos abertos que permitem enxergar as portas. E a diferença entre chaves trancadas e frestas encostadas.
Nenhuma necessidade de esmurrar ou forçar maçanetas.
...felizes daqueles que nem enxergam os portais, caminham.
Caminham e o olhar é em frente, adiante.
Pai, descortina o olhar.
Peço.
Atenção aos caminhos sem pedras.
Rezo.
"And in the end... The love you take is equal to the love you make..."
John & Paul.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sobre Ir ou Ficar

E por essas de que quem vai quer ficar e quem fica sempre quer ir, andei por uns anos repetindo minha não mais vontade de viajar.
"quero paz, quero casa."
Mas mochila nas costas empresta sentimento de que tudo é possível.
Pessoas, mundos, diversos prazeres. Que se cruzam e se completam impressionantemente.
A música lá do alto pode ser melhor sabida pelos de cá de baixo.
E o contrário idem.
E a troca é boa! Vira forró carioquês em doce mistura com rock paraibano.
Vira sorriso família, como aqueles que guardo de anos, nas pessoas recentes e passantes que dividem inacreditavelmente o lugar das irmãs e dos quartos de hotel.
Mochila nas costas, sol no rosto, trabalho com a sensação de etapa cumprida. E a vontade louca de seguir viagem.
E assim será.
Caminho como quem sabe que não é a última vez.
Mas aproveito como se fosse.
E o gosto pela estrada, pelos céus, pelos tantos universos particulares encontrados... faz lembrar quem sou.
Casa.
E mundo.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Marina

nasceu uma felicidade calma. ela trouxe silêncio que rodeava. e paz. e fé.
ela já nasceu plantando.
sementes fortes, resistentes.
ela nasceu plantando as mesmas sementes que a semearam, sementes de essência.
e daí todos se aproximaram.
uns dos outros, de suas essências.
ela trouxe pausa na turbulência.
pausa que dissipa e não deixa mais voltar.
ela trouxe toda a felicidade.
ela trouxe de volta.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Quando não saem palavras, usa-se alheias...

Dança dos Círculos

Amora Pêra



O caminho que você escolhe essa noite
Dissipa meu carinho em algumas palavras
Faz tão frágeis nossas pegadas dessa noite de janeiro fria
Não há nada pr’eu não te amar
E eu não acordo meu querer

Te amo agora tão de longe
Te amo agora

É só o caminho que você escolhe essa noite

Te amo agora tão de longe
Te amo agora

Só o caminho que você escolhe essa noite

Que desfaz um canto,
Desliga um tato,
Desmancha uma explosão

Derruba a rosa
Varre um rastro
Rasga a ilusão

Só encontro espanto
Pruma surpresa tão grande quanto os seus olhos nos meus
Desaponto um porto pelo caminho que você escolheu

Te amo agora tão de longe
Te amo agora

É só o caminho que você escolhe essa noite

Me faz triste
Desfaz feitiço
Me faz certo
Me faz janela que já saí por ela

quarta-feira, 23 de abril de 2008

dupla

cheiro de sabão
roupa limpa
cheiro que traz sentido de dever cumprido
cesto em dia
agora é passar.
a água sacudiu poeiras e cheiros
lembranças e gozos
e deixou aqui
o vento cheiroso que abre sorriso
agora é secar
passar e guardar
e entregar ao dono

cheia de ilusão
corpo limpo
cheia de fazer sentido e não haver cumprido
coração em dia
é deixar passar.
a alma sacudiu canseiras e sonos
lembranças e gozos
e deixou aqui
um tempo que abre ainda assim sorriso
agora é chorar
secar, não guardar
encontrar um solo.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Das Diferenças

E se para você foi difícil acreditar que aquilo tudo que deixei passar
era meu amor verdadeiro,
devemos nos atentar às diferenças.
Pois pra mim o difícil mesmo é entender que aquele todo seu amor concedido
e intenso e inteiro e, e, e,
pode ser mergulhado tão rápido em qualquer outro lugar.

domingo, 20 de abril de 2008

Sonho Ainda Confuso

Acabo de olhar meus brincos na cabeceira e lembro de ter sonhado com eles. Que eu perdia um e o catava na calçada.
Encontrava lá mil outros brincos, e pedras talvez preciosas, e talvez jóias, e muitas coisas de valor que eu lá deixava. Queria aquele, meu. Que no sonho não era nem meu e por isso deveria achá-lo.
Na calçada tinham umas informações esquisitas, como velas vermelhas em formato de rosas e pote de farofa.
Eu deixava as jóias e as pedras preciosas lá, por precaução.
Também havia um carro e um amigo que era o dono do carro. E outro amigo acompanhando.
O carro estava aberto e estacionado.
E tinham muitas pessoas o observando.
E entravam nele.
E ficavam girando a chave e passando a marcha.
Lembro-me aflita, pensando que levariam o carro.
Levaram.
Mas para dentro de um caminhão, onde funcionava a oficina.
Eram de bem.
Enquanto íamos embora à pé, encontrava na muretinha da calçada muitos óculos diferentes e grandes (e uns com formatos assimétricos, como uma lente maior do que a outra) e eram antigos. Todos na muretinha da calçada.
Juntos com mil coisas de cabeleireiros.
Escovas e potes de cremes.
Eu olhava os óculos, um por um.
Mas também não levava nenhum.
E não achava meu brinco que não era meu.
E lembrava que sim, era meu, havia ganho de minha mãe.
Ficava mais tranquila.
Lembrava do outro que tanto amo e que perdi uma banda. (esse, não em sonho, infelizmente)
Agora estou cá a pensar qual a real importância de brincos e carros e potes de cabeleireiro e pedras preciosas e óculos.
Chegaram até meu descanso noturno.
Mas porque não os trouxe comigo?

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Fogo na Mata

Então teve incêndio na floresta.
As árvores, apressadas, trataram de arrancar suas raízes do chão e saíram correndo para fugir do fogo assustador.
Uma coruja, sábia, parou para observar.
Afinal, ela tinha asas... Num sufoco, se sairia bem.
Encarou aquele enorme vermelho pulsante, de frente.
Ao contrário, se aproximou. E mais.
Curiosa, percebeu que a chama atraía, mas não ardia.
Pôde perceber que era puro teatro, ilusão.
Incêndio de luzes e papel de seda.
Um belo espetáculo, inofensivo.
Tentou avisar às árvores que elas não precisariam temer.
Mas era tarde. Elas não estavam mais.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Erro 678

A gente paga pelo não serviço. Disso, todo mundo sabe.
Essa história de que cliente tem sempre razão é balela e só funciona nas tiazinhas e tiozinhos de esquina, pequenos armazéns, mercadinhos e essas coisas que estão em falta no Rio de Janeiro.
Aí coloquei internet de companhia de celular, pra poder levar no laptop pra onde eu precisar ir. Ótimo.
Digo, seria ótimo, se ela não resolvesse dar erro nos momentos em que mais dependo dela.
Parece até que ela sabe.
Mas... Lei de Murphy à parte, lá vou eu cheia de graça e paciência discar pra minha operadora e saber o que há.
Aí é aquilo que todos já sabem...
"Vou estar te enviando" pra cá... "Aguarde só um momentinho, senhora" pra lá... e meu tempo vai passando, orelha esquentando, paciência esgotando. E enquanto a mão esquerda segura o celular, a direita não pára de clicar um segundo, na esperança que o Erro 678 desapareça.
Lá pros 20 e poucos primeiros minutos de conversa, cai a ligação.
Ótimo.
Vamos lá ligar novamente, hoje minha paciência anda infinita.
(e a mão direita clicando)
Nem falei aborrecido. Tudo bem.
Mais 20 e poucos minutos, "vou estar passando"s, "aguarde senhora"s... Consegui que atendam no ramal da internet (sim, tem isso!)!!!
- Oi, moço. Bom dia.
- Seu número com DDD, por favor?
(aquela que já tem a manha e liga sempre)
- Ah, sim. Como é o modem da internet, eu ainda não decorei o número. Mas sei que posso dar o CPF. Posso falar?
- Não, só mesmo com o número.
(???)
- Aannhh.... Então agora é sua vez de esperar um minutinho... 5 segundos para eu pegar... aqui... (e vou falando enquanto corro pra caixa do tal modem e o moço não perceber que estou tentando enrolá-lo)... ah, sim!... achei... péra, um minuto que eu...
DESLIGOU.
PRIMEIRO PALAVRÃO.
Mas ok. Hoje eu sou mais eu, não é o tiozinho da operadora que vai me tirar a paz.
Respiro fundo, anoto o número do meu chip para não ter mais problemas e vou tranquila e calma pra minha terceira ligação de 20 e poucos minutos.
Volto a funcionar minha mão direita tentando um milagre.
É. Hoje estou praticamente um Buda.
Agora, não mais com aquela calma de dar bom dia pro moço, disco novamente.
Tempo para ouvir todas as dicas da operadora, novidades do site, promoções.
Disco a opção desejada.
Musiquinha de fundo.
Atenderam!
- Bom dia, no que posso ajudá-la.? DDD e número, por favor?
(mão direita tentando conexão, automaticamente.)
- Bom dia. Estou tentando falar com vocês há uma hora, o número do meu modem é tal, meu nome é tal, me passa pro setor de internet, por favor?
Fui ríspida.
Musiquinha.
Mão direita cansada, ainda com esepranças...
Atenderam no ramal da net! Hoje 'estou com sorte'!
- Bom dia, senhor. Eu gostaria de saber porque não consigo me conectar, está dando o Erro 678. Você pode fazer o favor de resolver o meu problema e não desligar o telefone na minha cara?
(...)
Não, ele não desligou.
Sim, minha mão direita continuou clicando.
Sim, a internet conectou.
- Obrigada, Senhor, mas não é mais preciso. Já consegui sozinha.


É.
E eu só escrevi porque é a terceira vez que isso me acontece.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Relacionamento Aberto

Importante sim dar nome aos bois!
Eu não sou lá de rótulos, mas amiga, no seu caso, segue aqui o meu conselho.
Até que rotular ajuda. Ao menos dentro.
Porque importa saber a diferença entre o melhor amigo que se acha apaixonada, sem coragem de viver mas de vez em quando come-se; o amigo das madrugadas e da relação bem resolvida com a certeza de não sentir nada e de vez em quando come-se; o cara que se acha que ama mas pra saber precisaria da presença, senão fica mole achar que ama e de vez em sempre sente-se; o cara que te deixa doida, talvez apaixonada, certamente confusa, talvez confusa, certamente apaixonada, e de vez em quando tenta-se; o Ele que por tanto tempo ocupou o lugar do primeiro, do oficial, do teu, que já passou e sabe-se, mas de vez em quando lembra-se.
Cada um, um quem.
Títulos grandes demais pra poucos metros de gente.
Relacionamentos. Título primeiro, pode-se chamar.
Mas tantos e tão distintos... deixa Aberto, que cabem mil aceitações.
Os rótulos são internos mesmo.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Passa.

Como diria um amigo meu,
uva passa.
ferro passa.
até figo passa.
por que todo o resto não haveria de passar?

passou!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Dias e Dia.

Tem dias que o sorriso brota só de abrir a jenela.
E tem dia que não.
Que é precido gritar, ou então chorar, ou então escrever.
ou então os três, se o bicho pegar feio.
tranformar a raiva em canto, em cena, e arte.
será que dá?
acredito. mesmo.
mas pode ser daqui a pouco?
ainda tenho uns ponteiros para acertar com a cama, travesseiro, edredom.
não... fugindo, não.
só fazendo ninho.
só cuidando um cadim, já que o resto não ajuda...
gripe até que é bom.
motivo real pra dormir até meio dia sem ninguém te torcer nariz.
nem eu mesma.

ainda não é meio dia.
com licença, tenho mais o que fazer.

segunda-feira, 31 de março de 2008

O escuro

Quando eu era criança, quase toda noite sentia sede antes de dormir.
Mas a casa já estava toda em silêncio. E as luzes apagadas. E o corredor parecia uma eternidade de escuridão. Eu morria de medo de atravessar.
Mas ia. Sempre.
Respirava fundo e saía correndo até iluminar tudo com a porta aberta da geladeira.
E bebia minha água satisfeita.
Hoje sei o quanto foi bom eu ter encarado aquele corredor escuro quase todas as noites.
E ainda questiono se eu tinha mesmo sede de água.
Ou de adrenalina.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Mundo Doido

- É que eu quero.
- Eu também, mas...
- Vamos?
- Tô ali. Depois eu vou.
- Ahn... então tá bom.
- O que foi?
- Nada. Eu disse que tá bom.
- Eu ouvi esse bom, ruim.
- Tem alguém me chamando...
- Vem cá.
- Já volto.
.
.
.
- Saudade.
- Eu também. Mas do quê, mesmo...?

sexta-feira, 21 de março de 2008

Calma... dê um tempo ao tempo, calma...

Não distribua sua raiva,
deixa o tempo fluir de leve.
Se a dor é grande, transforma.
Não tenta machucar, que se consegue.
e as suas ansiedades,
dê seu jeito de amenizar...
uma terceira pessoa de nada tem a ver com teu passado.
é isso.

domingo, 16 de março de 2008

Coador de Pano.

Sou amante de café. Não mais dos fortes, por questões de estômago. Mas somente o cheirinho já me faz abrir sorriso.

Uma vez fui a um restaurante fofo na serra e depois do almoço pedi um café. "Amigo, que café maravilhoso é esse, próprio? Delícia!" e o garçon: "É pilão." Mas continuou, ao ver minha expressão de "o que mais?": "É que nós coamos no coador de pano."

Isso já tem mais de três anos e desde então adotei o coador de pano na cozinha. Ele guarda um gostinho do café anterior e com isso, a tradicional percepção de que "panela velha é que faz comida boa".

Mas requer cuidados. Não dá pra lavar com sabão. Nem guardá-los próximos, um ao outro. Nem deixá-lo molhado em lugar fechado.

Requer cuidados de manutenção. São as condições, para que eu tenha o prazer de tomar aquele café de manhã, com aquele cheirinho, e, acompanhada ou não dos prazeres matinais (como ler o jornal ou pôr um pão francês no forninho) proporcionar o "huuuuummmm, delícia!"

São as condições.

Descobri que a vida também é assim.

A minha, ao menos.

Assim, um coador de pano.

Simples e tradicional. Com um gosto de roça que não dá muito pra decodificar de onde vem. Com um quê de classe que nasce exatamente da simplicidade. Com um gostinho que é único e que talvez só eu mesma perceba.

Mas requer cuidados.

Muitos.

Cautela, observação e organização.

Senão mofa.

E mofando, rasga, estraga, desfaz.

Aí, só pegando um novo e começado do zero. Desde o primeiro passo, que virá como o coador branquinho, com o gosto básico do não-referência ao passado, até começar a pegar aquele toquezinho especial...

Hoje, depois de dias, passei café.

E o coador já está lavado, secando ao ar fresco. E o melhor: Esse já está antigo. Mas ainda não rasgou.

domingo, 9 de março de 2008

Coisa - Eu.

O vinho que tava na geladeira desde aquele dia ainda tá bom.
Comprei uma pizza brotinho todinha pra mim.
Não páro a pesquisa pessoal de ver os filmes todos da vida que ando atrasada.
Minha casa está cheirosa.
E é minha.
A máquina lava o figurino, enquanto me preparo pra subir pro kinder-cinema.
Passei umas horas a encher geladeira, fazer docinho de dieta pra semana de tpm, decifrar Dostoievsky, tirar uma música pra cantar quando der... assim, essa coisa - eu.
Dessas coisas todas que se dão valor nos dias em que estamos pra nós.
Nos dias em que lamentamos que o outro não esteja ao lado e ao mesmo tempo festejamos o estar inteira.
Tava vazia e resolvi me preencher, deu certo.
Passei aquele perfume, tomei aquele banho.
Pra quem?
Pro meu travesseiro, pra mim.
Dia de dormir sorrindo.
Sozinha e sorrindo.
Amém.

terça-feira, 4 de março de 2008

Jules e Jim

"...as palavras mudam de sentido em diferentes idiomas, pois não têm o mesmo gênero. Em alemão, 'guerra', 'morte', 'lua', são palavras masculinas. Já 'sol' e 'amor' são do sexo feminino. A sol. A amor. 'Vida' é neutro."

"Nosso afeto é novo. Deve repousar como um recém nascido."

Truffaut.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Renovação

Da série de reveillons dentro, das mil imagens e momentos e recordações colecionadas,
da novidade dessa nova idade.
Meus olhos curiosos não se fecham.
E nem o todo.
Ainda que colecionando os depois,
ainda que aprendendo com os nãos que na verdade eram sim's.
Uma coisa é certa.
O maior reveillon é a revolução daqui.
É o ver-me a fazer novidades.
Agir diferente, falar mais, fazer um cadim.
Estranho.
-Me.
Que bom!
Seja bem vinda, nova!

Paciência para os ajustes necessários. Diferenças sempre existiram.
Portas abertas para o novo. Sim.

O ciclo já havia começado.
Agora mergulho inteira.
E ardo. Mais.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Acordo

Tratos são tratos.
Por isso o combinado acaba pesando. Pelo ter de.
Cumprir, selar, sair.
Ir.
Ficar.
Acordos não são fardas. Mas são.
Trocas.
De?
Selos, vontades, pertences.
Acórdo no acôrdo meu comigo
de ser.
de fazer.
de ir.
sempre em frente.
E convites?
E desejos?
E esperanças?
São como?
Fagulhas acesas que despertam, que acordam?
São sono profundo do qual não saio?
Projeção para o sempre futuro idealizado?
Qual o presente acordo?
Tem de ser mudado, revisado, re- re- re...
reacordado.
O presente o tempo todo vira passado.
O melhor dos acordos é ficar calado
e deixa vir.
deixa ser.
deixa querer.
Ou ficar, ou ir...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Olha lá

Olha ele novamente
Fugaz e arredio.
Olha só como ele mente
escorregadio
O que quer é conquistar
enlouquecer corações
quer tentar fazer dos outros
o tanto vazio que já foi seu.
Doce vingança?
Sutil desleixo?
Consigo?
Olha ele novamente
fazendo aquilo que não acredita
testando sonhos de quem ainda
debruçando-se na vida de quem tem
Olha o sem coração
o coração partido
o arrependido de ter-se dado
para um outro igual
(que de certo por aí se vai...)
propagando a falta de.
Olha ele
Olha aqui.