gostou?

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sábado, 8 de dezembro de 2007

Casa Nova

Chegou um pouco antes de eu realmente sair pra procurar.
O desejo ainda eram palavras ao vento. Pois eu queria sim, porém para um futuro próximo.
Mas chegou.
A porta era bem apresentada. Simples. Bonita. Clara.
E se abriu facilmente.
Fiquei um tempo limpando os pés no tapete, um pouco para pensar, para observar de fora antes de entrar.
Talvez fosse medo.
Pedi licença e entrei.
A sala é linda. Simples e clara. Guarda ainda umas caixas de mudança, é verdade. Algum passado empacotado que não decidiu-se seu lugar.
Mas estão organizadas, ainda que temporariamente.
Sentei-me.
Rapidamente já estava deitada no chão, sentindo o conforto do tapete. Uma sala realmente aconchegante.
Agora olho para dentro.
É grande, a casa.
Fico curiosa dela. Quero saber cada canto, conhecer os espaços, os cheiros, os cheios e os vazios.
As portas estão abertas.
E eu sorrio, sem nenhuma pressa.

domingo, 28 de outubro de 2007

Seguindo o convite da Cris

Recebi um convite para uma "brincadeira". Estava lá: "Pegue o primeiro livro que encontrar, abra na página 161 e transcreva a quinta frase completa no seu blog".

Segue a moça que quis sair de casa, digo, do livro:

"A familiaridade com uso das palavras, às vezes, deixa de lado a linguagem não verbal como possibilidade de comunicação."

O livro: Questões de Arteterapia, organizado por Graciela Ormezzano.

Confesso que não verbalmente é mais fácil a comunicação. Mas pra mim, pra mim, que sou canhota de falar o que tá dentro. Porque certamente, para que o outro entenda o quero dizer como um todo, nem as palavras são suficientemente claras. Pra mim, pra mim, que sou canhota de escolher as palavras certas.

Melhor escrevê-las. E senti-las.

sábado, 27 de outubro de 2007

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Compartimentos. Os internos.

Começo a entrar em contato. Com todo o você que há em mim. Sempre imaginei que fosse menos. Que juntando tudo de você num espaço de uma hora sobraria tempo, e não o contrário. Começo a perceber que o lugar ocupado aumenta e muda de colocação. Você na verdade sempre esteve, mas não assim. Morava em outra espécie de compartimento. Mudou de endereço. Dentro.

Começo a criar uma nova caixinha interna. E vasculhar para ver se ela estava mesmo vazia. Não estava. Tinha alguém lá dentro e já deveria ter saído há um tempão. Tiro o alguém e coloco num outro compartimento. Aliás, bem naquele, onde você morava antes. Agora essa caixinha é só sua. Mas resta-me saber se a deixarei fechada no armário ou se fica aqui, na mão, a olhos vistos.

Começo a entrar em contato. Já entendo mais do que antes. Mas é só um começo... ainda temo em prosseguir.

domingo, 21 de outubro de 2007

Linha Cruzada

http://br.youtube.com/watch?v=YgUDCvw5ut4

Eu vi sua imagem projetada.
Seu futuro idealizado.
Eu pude ver todos os seus pensamentos.
E os sonhos. Que me incluíam.
Pude ver nitidamente.
Acompanhei todos os seus movimentos que te levavam até lá.
Acompanhei ao seu lado.
Caminhava contigo concretizando teus planos.
Mas eu não estava lá.
No futuro, digo.
Aquela que estava lá, contigo,
não. Não era eu.
Foi engano.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007


Num Corpo Só

Picolé / Arlindo Cruz


eu tentei,
mas não deu pra ficar
sem você
enjoei de tentar
me cansei de querer encontrar
um amor pra assumir teu lugar
é muito pouco,
vem alegrar o meu mundo que anda vazio
me deixa louca
é só beijar tua boca
que eu me arrepio, arrepio, arrepio
e o pior
é que você não sabe que eu sempre te amei
pra falar a verdade eu também nem sei
quantas vezes sonhei
juntar teu corpo, meu corpo
num corpo só
vem!
se estiver acompanhado, esquece e vem
se tiver hora marcada,
esquece e vem
venha ver a madrugada e o sol que vem
que uma noite não é nada
meu bem, vem!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A Alma Imoral

Quando é que o certo é certo e o errado é errado?
E, principalmente, quando é que o certo está errado e o errado é o que é o certo?
Viver plenamente é estar na tensão entre o corpo moral e a alma. Imoral.
E toda justificativa, todas as razões, todas as explicadíssimas definições de "o que eu sou" se diluem quando se pensa no dito dia do juízo final, na "cobrança": e você, porque não foi você? Não é possível fugir. Não é justo fugir. Se passamos uma vida inteira cumprindo sabe-se lá o quê, preenchendo os dias com tarefas que nos afastam de nós, será que não estamos perdendo algo precioso? O tempo? O eu? A meta?
E pra onde aponta, interiormente sabemos bem. As certezas estão o tempo inteiro nos gritando, implorando para serem ouvidas. Melhor, atendidas.
Sigamos firme.
Marchemos na confiança.
E, quem tiver a oportunidade, assista "A Alma Imoral", com Clarice Niskier. Mobiliza muitas coisas. Internas. Certezas. Contato. O básico, do qual nos afastamos tanto.

domingo, 12 de agosto de 2007

O Momento Certo

Uma vez, andando na rua, peguei todos os sinais abertos para eu passar. O último não, estava com o bonequinho vermelho me olhando de longe... pensei: será que este será o único fechado? E ele ficou verde no mesmo instante. Sorri sozinha. Lembrei que deveria estar "no momento certo".
No momento certo, temos a impressão de sermos marionetes de algo maior. Ou Deuses de nós próprios.
Como se caminhássemos no tempo correto dos dias que devemos percorrer. Como se pegássemos todos os sinais abertos, e agora não falo só dos sinais de trânsito.
Esse momento chega quando se pensa em alguém e esse alguém liga ou aparece. Ou quando se precisa de algo que acaba te caindo às mãos. Ele chega não só quando tudo o que pensamos acontece, mas quando o próprio pensar é fluido de pré-decisões. Não é um pensamento forçado para que algo aconteça, o momento certo não mora no premeditado, no intencional, no racional. A coisa é bem mais sutil, bem mais sublime... Os dias parecem ter o tamanho deles, não falta nem sobra, e chovem as tais coincidências, nas quais nunca levei muita fé... Estamos nós. Em essência.
Assim, sorrimos à tôa e, se choramos, é com toda sinceridade.
Nasce nesse momento uma tal certeza, não ao certo de quê, mas a certeza em si, de que se está no caminho certo. Uma tranquilidade de respirar e seguir mesmo que não se tenha total clareza de qual direção.
O momento certo não nos diz nada de específico. Nenhuma grande verdade. Não é capaz de revelar futuros, desvendar segredos. Não nos põe à prova, não desafia. Apenas nos dá um chão seguro.
Apenas uma concreta confiança no tempo.

sábado, 4 de agosto de 2007

Cegueira

Assisti a um filme de detetive que me deixou intrigada, repasso o pensamento:
"Numa cidade, a polícia alertou para misteriosas manchinhas brancas que estariam aparecendo nos pára-brisas dos carros. Em menos de uma semana, nesta cidade, só se falava nas manchinhas brancas dos pára-brisas. Eles conseguiram. Fizeram com que toda a população olhasse apenas para os pára-brisas, não mais através deles..."
Ah! Cuidado com a televisão.
E não se deixe levar por qualquer moda que apareça.
Até breve. Esse post continua em cada um que porventura leia.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Os Astros

Não sou de ter pé-de-coelho nem fazer figa, adoro gatos pretos e passo embaixo de escadas numa boa... Mas vez em quando ler os astros me pega de jeito! E não é que essa história de céu e influências de planeta, estrela tal, às vezes casa certinho?
Andei jogando I Ching. E olhando Mapa. E correndo as páginas da revista do jornal de domingo.
Sei lá se ando de acordo, sei lá se coincidências realmente existem, mas que tem alguém querendo me mandar um recadinho.... isso tem.
O que me faz até repensar um pouco. Mas não chega a me paralisar por completo.
Com licença, obrigada pelos conselhos, mas a vida ainda é minha.
Até a próxima!

domingo, 15 de julho de 2007

O Dono do Mundo

Faz de conta que o mundo é teu: Reinventa.
Põe o tamanho certo nos dias, cria as pessoas que quiser conviver, acerta a temperatura ao próprio gosto, os temperos que desejar engolir.
Faz de conta que tamanho e distância não importam, cria somente os sentimentos que te fazem crescer. Escolhe afazeres prazerosos, joga no mundo necessidades que podes cumprir.
Fez de conta?
Gostou?
E por que ele é de conta? Faz aí, que o mundo é teu.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Reconstruindo ando-endo indo onde? undo

Palavra é uma pecinha solta.
A gente é que nela sentido põe.
Essa brincadeira de manoel de ensentidar palavras é demais da conta boa!
Sem dar nem tomar nada a gente troca-troca e de sentido quem é fino vê.
E de arrepio quem tem presente assopra.
Reconstruindo a gente bota espaço onde espremido estava. A gente traz mais um onde vazio era. Tirar, não. Tirar nem tem... tem não. Põe vazio que melhora. É quase igual!
O tempo era pecinha solta. Mas o homem deu as mãos do tempo. Aí virou calendário. E como é que nós, homens também (embora antes, menorinhos), fazemos agora pra sentido pôr nos dias? Existe binóculo de ponteiro pra enxergar o movimento das horas?
Continuei desentendida.
Ora, ora.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Fantasia

Era uma vez um menino que gostava de inventar momentos.
Ele os colecionava, todos.
Tinha o dia do seu aniversário de 18 anos, o dia em que comprou seu primeiro carro, a cor dos olhos do seu filho com a mulher que ele amaria, o enterro dos avós e o vestibular. Tudo isso já estava pronto em sua coleção de momentos.
Aí um dia ele dormiu profundamente.
E sonhou que acordava.
Depois disso, viveu estranho, ao se olhar no espelho...

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Confusão

Na hora em que se misturam ações, pensamentos e sentimentos, tudo vira uma enorme bagunça!! Existem atitudes práticas a serem tomadas, decisões, escolhas. Mas por dentro, nada ajuda. Na hora em que dentro deveria ser um armário organizado, gaveta separada por etiquetas coloridas, o interno se resume em mil bilhetes de rascunho em papéis de tamanhos e cores diferentes.. uma enorme bagunça precisando de mãe, de alguém que ajude a guardar, separar, reciclar.
E o que fazer qundo mãe nenhuma pode dar sequer uma força?
Não. Trabalho solitário. Crescimento individual.
Fácil? Nem um pouco.
Dolorido? Mal paro de chorar.
Por dentro, mil escolhas. Todas as opções possíveis são verdadeiramente avaliadas. Pois todas são válidas.
Abrir um negócio, viajar pro finalmente mestrado no exterior, assinar contratos, dividir novamente a vida, assumir tudo sozinha, dar alguns passos atrás... Tudo revisto, repensado, possível.
Tem horas em que a falta de perspectiva ajuda. Ela nos abre todas as possibilidades. Do mundo, digo.
Papel em branco. Que tanto amo. Penso em rasgá-lo, será possível?
Vida em branco. Que tanto idealizo. Será possível vivê-la em paz?
Tim-tim!
Brindemos aos que se permitem!
E aos que conseguem permanecer nas escolhas!
E aos que realmente escolhem com afinco!
Sim, ando me incluindo. Humildemente, já que nem tanto...

domingo, 24 de junho de 2007

O Silêncio

Quem mora em cidade de buzinas, mais gente do que espaço, excesso de poluições das mais diversas, clama por ele.
Quem exercita o ouvido a sutis melodias, sobreposição de vozes, pianíssimos e ainda assim perceptíveis, clama por ele.
Subir ao alto de uma montanha e ouvir o silêncio interior que a beleza traz é impagável.
Olhar nos olhos e calar o silêncio com um beijo tem o tamanho do frio na espinha.
Poder fechar as janelas e viver o silêncio da paz e da calma de ter casa é quase (não quase, é.) realização de sonho.
O Silêncio.
Entidade em letra maiúscula tão esperado, tão necessário, tão envolvimento comigo mesma, tão companheiro de meditação - estado único.
Quando o mundo grita, e tanto grito sufoca, clamo por ele.
Quando a voz interna embaralha, são mil eus recorrendo às mais diversas escolhas, clamo por ele.
Quem, como eu, acompanha contradições (internas e externas) diariamente, aguarda a tão esperada hora do silêncio para viver em paz.


Mas o silêncio também mata.
Basta ele vir sem ser chamado.
Ele afasta. Afastando, dói. Doendo, me mata, aos poucos.

É hora de clamar pelo grito.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

"Eu vejo mãos estendidas por todos os cantos
Eu vejo olhos que piscam e não mudam de direção
E a fome estacionada nos bares
E a sede distribuida nos monjes
Eu vejo a garganta que espera para dar a palavra final
E traga a fumaça de nossa hera
Para criar um juizo formal
Um juizo anormal
Então não me venha falar
De certo ou errado
Não me venha falar dos outros
Ou dizer que sou alienado
Se essa história tem final
Os mártires serão calados
Porque a vida fala mais alto
Por todos de todos os lados
Eu vejo o avião que decola
Que leva seus sonhos embora
E vejo as pessoas que ficam
Vivendo em seus sonhos e choram
Eu vejo a gang do carro do ano
Que se acha melhor do que eu
E as favelas que crescem aos montes
Nos separamos por razões distantes
Então não me venha falar
De certo ou errado
Não me venha falar dos outros
Ou dizer que sou alienado
Se essa história tem final
Os mártires serão calados
Porque a vida fala mais alto
Por todos de todos os lados"

Das Nuvens, do Thiago Fragoso.
Caiu das nuvens, como uma luva.
De volta, literalmente, ao Rio de Janeiro.

sábado, 16 de junho de 2007

Falta


De sono.


De ar.


Remexo o passado, vasculho papéis... procuro alguma coisa que preciso carregar comigo, mas não encontro. Falta alguma coisa. Esqueci... e foi aonde, mesmo?


Como se o mundo estivesse estacionado numa vaga qualquer, bem longe. Ficou guardado, amarelado, enferrujado. Procuro então sob a poeira qualquer papel que guarde meu nome. Mas eles estão em branco. Desisto de escrever qualquer coisa sobre eles, não se aposta o futuro em folhas velhas...


Aparece em minhas mãos uma foto 3x4. É o rosto de um bebê. Sou eu? Digo, fui?


Pouco importa. Ele ainda tem brilho nos olhos.
Crédito da foto: Sinais do Tempo (Elda Maria)

domingo, 10 de junho de 2007

Intimidade. Ou ostras sem chave.

Tem gente que a gente conhece um dia e parece que já é amigo há anos...
Tem gente que a gente conhece há anos e parece que nunca vai ter intimidade...
- E tem gente que a gente conhece pouco e quer ter intimidade. - Minha irmã falou, depois que leu.


Vamos tentar entender a intimidade...?

.
.
.
.
.
.
.

Acho que preciso de mais intimidade comigo mesma para entrar nesse assunto.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

O Não Fazer Nada

“Como gostaria de não ter nada pra fazer...”
Acordar, levantar porque já se ficou demais na cama. Comer porque senão vai ficar tarde para tomar café e almoçar direto é ruim. Olhar para a casa grande que não é sua, ligar a TV e desligar, ligar o computador e ficar em dia com o mundo virtual, falar besteira no messenger... na boa, não fazer nada é um saco!!
Nem inspiração para escrever, vem...
Vou deixar o que vier na cabeça e se ficar massante, a culpa não é minha:
Ta sol lá fora mas tô com preguiça de tirar o pijama; tem um político corrupto (redundância?) que foi descoberto e teve a cara de pau de dizer pra todo mundo que consegue provar o que tá na cara que é mentira lavada; o interfone da casa da minha tia é muito parecido com o telefone e eu nunca sei qual é qual; cheiro de bife é bom, apesar de eu não gostar de carne; dois amigos meus são primos e estão namorando e eu achei legal à beça, apesar de saber que comigo certamente não daria certo; estou ficando super atualizada no mundo virtual embora saiba que um dia vou desaparecer de novo; entrar no mundo do cinema é muito excitante embora eu ainda não esteja tão excitada; estou cagando regra de não fazer nada mas amanhã o bicho vai começar a pegar e se eu reclamar de falta de tempo, me mato; queria entender como funciona minha saudade; adoro conhecer gente nova e depois fico com vergonha da intimidade; a gente estabelece um tipo de relação diferente com cada pessoa e a impressão que me dá é que eu sinto mais saudade da relação que estabeleci do que da própria pessoa; não fazer nada é sinônimo de ficar sozinho e eu queria aprender a ficar sozinha mas não quero aprender a não fazer nada; aprender a ficar sozinho sendo casada é mole mas ao mesmo tempo muito mais difícil; isso aqui virou minha terapia e hoje é quarta feira, são 11h30 da manhã, horário da minha terapia, se eu estivesse no Rio; eu não acredito em coincidência; eu possuo um relógio biológico e quando estou longe de onde minha biologia reconhece como meu espaço algumas coisas ficam confusas; mas o horário da terapia ainda está funcionando... na boa... esse é assunto meu e da Maria Cristina. Vou tirar o pijama e aproveitar o sol que está lá fora... No Rio tá frio.

terça-feira, 8 de maio de 2007

A Saudade

Saudade não pede licença. Quando entra se apossa, como dona de casa sem pudor de abrir todas as portas, acender as luzes, abrir os armários.
A saudade não faz cerimônia alguma.
Basta encontrar algum espaço-tempo propício, uma fresta na distância entre dois, ou mais, ou coisas.
E dói.
Melhor, arde.
E arde mais à noite.
E a cama fica mais fria. E o sono mais independente e teimoso. Não basta chamar, ele não vem.
Não tem sono que ajude o tempo passar.
Só o próprio tempo ajuda.
Só o tempo...
E o abraço.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Oferecer a Cara ou Dar o Tapa?

Assim fico aqui na dúvida:
Levar o tapa é sempre mais fácil. A gente vai pra casa, lava o rosto, se doer, chora, mas no dia seguinte sabe que vai levantar bem. E sentar a mão? Às vezes é necessário, segundo andei ouvindo... Sim, concordei. Mas o que fazer com a culpa de ter sido o agressor?
Fazer papel "do bonzinho" para sempre é impossível. Tarefa que de tanto engolir sapos, pode dar no mínimo, indigestão. Dos menores males.
Mas onde está o fio divisor entre o não se atropelar e o não atropelar o outro?
Existe esse lugar do meio termo?
Ele deve morar junto com a lucidez, a sensatez...
Porém, certa de que meus parâmetros são diferentes dos seus, e de quem for, continuo aqui, em dúvidas...
Até que ponto a raiva é capaz de ser controlada?
Até que ponto o "não" deve ser dito?
Até aonde minha cara de menina me atrapalha?
Fiquei sem respostas.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Sobre ter Cautela

Andei relendo coisas antigas. Escritos assim, que nunca saíram do caderno. Ainda bem.
Andei pensando sobre ter cautela. E descobri algo novo. Novo e necessário. Ela, em si.
Sou 99% impulso. Nada cautela. E descobri que a felicidade está na calma. Devo então ter sido um bocado infeliz, pensei.
Restringindo as porções de exagero, agrupei a cautela com alguns amiguinhos que me parecem ser inseparáveis dela: a serenidade; o olhar amplo; o ouvir o dentro; a paciência; a respiração; o medo... opa! Você não, Senhor Medo. Você fica fora da lista... O Senhor já teve um dia todinho seu (segundo post do “Outra Parte”), pode acompanhar alguém que deixe!
Continuando...
Um dos escritos antigos dizia mais ou menos assim...

O que me impede?
.
.
.
(umas coisas que não fazem mais sentido...)
.
.
.
Sou eu
Que me impeço.

Olha lá! Aí está o Senhor Medo querendo andar ao lado da Cautela e sem a menor razão.
Vamos tentar me responder.
O que me impede?
Bom, se você está no momento certo e não age, o que impede é o medo. Portanto, hora de mandar esse amiguinho passear por outros cantos porque aqui não vagamos com essas más companhias. Agora, se esse não é o momento de prosseguir, o que impede é exatamente ela: a sábia Cautela! Ela sabe exatamente por onde e com quem passear, ela acompanha da maneira mais devida possível, ela é necessária, quando se está no momento certo.
É a segunda vez que cito esse tal “momento certo”. Vamos esquecê-lo, por enquanto, dia desses escrevo um post exclusivamente dele. Entendam da maneira como aceitarem por momento certo, o importante é saber se é hora de agir ou de esperar.
Sim, tudo tem sua hora.
Não, nem sempre ficar parado significa covardia.
Pois é.
Deve ser bom ter, assim, na prática, essas certezas que a gente tem ao escrever...

Até a próxima e boa sorte... para nós.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Minha Visita à Camara dos Deputados

Aproveitando minha passagem por Brasília, fui visitar meu possível futuro emprego. Sim, pessoas. Também sou uma concursando. E esse ano, tem Camara dos Deputados. Como preciso decorar, dentre outras coisas, um Regimento de 282 artigos de cabo a rabo, segui o conselho do meu sábio amigo brasiliense e fui visitar a Camara para poder ter ao menos uma memória visual da coisa...
Quis marcar meu horário da visita pelo telefone e a atendente simpática disse que, como era somente eu, poderia me juntar a qualquer grupo de visitas, que saem de meia em meia hora. E lá fui me juntar ao grupo das 17h.
Cheguei lá, passei pelos procedimentos normais de empresas grandes, como apresentação de identidade e fotinho na recepção e fui me juntar ao meu grupo: eu, comigo mesma. Só eu mesma para achar interessante este passeio, pensei. Fui apresentada ao meu digníssimo instrutor (funcionário da Camara, portanto possível colega) e pela fisionomia/ jeito/ etc, pude sacar que a viagem seria ao menos divertida. O saguão do prédio estava lotado. Muitos fotógrafos, senhores da Marinha exibindo seus uniformes, crianças da rede pública uniformizadas, executivos de terno e alguns curiosos. Sabia que aquele evento nada tinha a ver com a rota da minha visita, mas meu divertido instrutor foi me mostrar. Tinham algumas estatuetas de pingüins (acho que a esposição tinha a Antártida como tema) e, não sabendo exatamente o porquê, ouvia meu instrutor apontando e dizendo: "Viu?" (Não reparem, vocês vão entender que ele não possui uma linha lógica de raciocínio) Logo após os pingüins, meu instrutor me levou para AS COSTAS de uma TV de plasma e um aparelho de DVD que mostrava um filminho sobre algo que só assistia quem estava DE FRENTE, obviamente. Me mostrou as ligações dos fios da TV para o DVD (!!?!!). E as costas de um painel automático que passava girando algumas fotos. Tipo aqueles que ficam nos pontos de ônibus com 3 ou 4 propagandas, revezando espaço. Apontou para as costas do painel: "Aqui, elas vão rodando e mostrando, viu?" Depois de rodarmos um pouquinho dentro da exposição ele (finalmente!!) resolveu iniciar minha visita de grupo-eu. Subimos primeiro no prédio do Senado (primeiro aprendizado do dia: os prédios do Senado e da Camara são vizinhos e idênticos. (São aquelas "torres gêmeas" de Niemeyer, entre o semi círculo de cabeça pra cima e o semi círculo de cabeça pra baixo, cartão postal de Brasília.) Cheguei na entrada e tive que deixar todos os meus pertences com a senhorinha do guarda-volumes. Fato que depois me arrependi, pois queria ter tido ao menos um lápis e papel à mão para não perder nenhum detalhe da aventura... Fiquei um tempo ouvindo meu instrutor cumprimentar suas colegas que tomavam um lanche e se queixar de uma visita de um grupo marcado para amanhã, que queria ter vindo hoje, mas como hoje já era um dia cheio, devido à exposição dos milica ele havia proposto uma nova data... coitado, que vida dura. Enfim, subimos. Essa parte foi realmente emocionante! Assisti ao vivo aquelas reuniões que aparecem na TV Senado, onde fica um cidadão falando ao microfone, várias cadeiras vazias e outros cidadãos fazendo outra coisa qualquer que não prestar àtenção. O cidadão, no caso, era o nosso digníssimo presidente do Senado, que eu não conhecia. Fiquei por lá bastante tempo, enquanto meu instrutor tentava decifrar se o presente que havia ganho era um CD ou DVD do grupo forró alguma coisa, um pouco parecido com a Banda Calypso, mas sem a fama. "Que pena, pensei que fosse DVD", ele disse. Aliás, falava mais de sua família e dos bairros do Rio de Janeiro (que, alôu, eu já conheço, obrigada!) do que da Camara ou do Senado. Quis saber qual o concurso eu iria prestar e se revoltou com a esposa ao saber que o cargo possuía mais vagas do que o que ela iria se inscrever, o que rendeu mais alguns comentários. Ele quer comprar um apartamento no Recreio para férias, seu irmão é deficiente físico, Cabo Frio não é mais como antigamente, em Niterói tem a praia de São Francisco que é uma ótima opção à noite, ficou lá, falando... mas me pediu silêncio para ouvir o pronunciamento de um senador que falava da morte de um outro, quando eu fui tirar uma dúvida ingênua qualquer sobre o funcionamento da reunião. Ficamos lá, ouvindo pronunciamentos, por uns 30 minutos da minha visita de 40 minutos. "Vamos continuar nossa visita?" Propus. Ele, um pouco a contragosto, topou. Fomos então, à mesma sala, equivalente, porém do prédio da Camara! Agora sim, estava me aproximando de algo importante e realmente interessante. Era igualzinho, só que uma verdadeira zona, onde todos falavam ao mesmo tempo, Deputados aos montes de pé enchiam a sala e alguém tentava, em vão, gritar alguma coisa ao microfone. Divertidíssimo. "Será aqui dentro que vou transformar minha vida de paz em inferno?" Pensei, desanimada. Depois fiquei catando o Gabeira, o Clodovil e o Frank Aguiar para meu instrutor, que me insistia pois estava sem seus óculos. Não achei nenhum dos três, embora possa ter visto o Frank Aguiar, que não sei a fisionomia mesmo, e tampouco saberia que ele também é Deputado, além de cantor romântico. Ou será country? Enfim, saímos da sala e meu instrutor me levou para dar uma volta pelas edificações. Conheci os gabinetes e a sala de café dos deputados, que, segundo meu instrutor, colocaram película de bronze no blindex pois dava para ver os caras não trabalhando e assitindo TV de plasma, que garantiu o tio que ele viu lá dentro, antes de aplicarem a tal película. Continuamos nosso passeio, não antes de saber o preço do bronze e sua vontade de fazer o mesmo no banheiro de sua casa. De repente, ele entrou numa ala que certamente fazia parte da visita oficial (pois ele disse que, como eu era um grupo "pequeno", faria uma visita diferente) e desandou a falar decorado sabe Deus porquê. E, claro, de falar decorado eu entendo. Ele não era nada natural. E tinha péssima dicção. A única parte que eu entendi foi a que tinha legenda: Numa exposição do chamado "Túnel do Tempo", ele fez o favor de ler pra mim todo um texto que acompanhava uma das fotos, como se estivesse me explicando um assunto que dominasse. E fechou com chave de ouro ao ler o título: "É isso que quer dizer, entendeu?" Antes de dar uma bela gargalhada fui salva pelo celular que tocou, meu primo me esperava no estacionamento, nossa visita já durava mais de 25 minutos além do horário estabelecido. Para completar, meu instrutor ainda veio me mostrar um último pingüim do saguão que tinha as pegadas de adesivo marcadas no chão até a exposição (como fazemos na páscoa para as crianças com farinha) e (juro!!) foi pisando por cima delas, como quem pula amarelinha. Me deu um livreto de lá ("Vai ser útil para você estudar para a prova ") e um cartão postal ("É a única coisa de graça por aqui. Você pode enviar para qualquer lugar do Brasil, é só escrever a mensagem, o endereço e colocar naquela urna, que a gente envia. Mas como seu primo está esperando, guarda de recordação.")
E assim terminou minha visita.
Acho que vou passar na prova, depois disso.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Investir

O tempo todo estamos dando chances:
às pessoas das quais gostamos, ao trabalho que quer ser feito, à arte que ainda resiste, aos grupos que estão sempre beirando ao fim.
Viver em paz é dar uma chance a mim.
Poder amar quem amo e investir no amor.
Poder dedicar meu tempo ao estudo e trabalho no qual acredito é investir na felicidade.
Poder arrumar meios de conseguir garantias financeiras é investir no futuro.
Poder dizer não é investir na certeza do sim.
Investir.
Tempo, grana, paixão. Investimentos não são perda de tempo. Nem de grana, nem de nada. É simplesmente uma aposta. Em si.
Depois de encontrada a certeza, basta apostar.
Não é blefe.
Apenas a silenciosa sabedoria do que se quer.
E do que se pode.
E do que se terá em retorno.

Bom investimento, e até a próxima.

segunda-feira, 5 de março de 2007

recado aos transeuntes

Pessoas todas que por aqui passam:
Descobri que nem todo mundo tem conseguido publicar um comentário, por não ser usuário do blogspot...
Dica (já testei e funciona!):
Quando for pedido seu nome de usuário e senha, podem dar os mesmos do Orkut (para aqueles que possuem), pois eles reconhecem qualquer conta google que vocês tenham!
Portanto, é só...
Até a próxima!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Final Feliz?

"E eles viveram felizes para sempre".
Assim acabam os filmes, na maioria. Gostaria muito de saber o que acontece depois. Será o quê? Só será interessante mostrar a dificuldade passada até o momento do encontro? Ou a felicidade é tão morna e desinteressante que não convém contar?
Ando descobrindo muito, nesse momento "pós encontro".
Não, não existe "feliz para sempre", sinto informar.
Aliás, manter a felicidade acesa é uma trabalheira. Nada morna e nada desinteressante.
Sem contar que as pessoas mudam. Muito. Sempre. A começar por nós mesmos, inclusive. Daí, já temos novos encontros de tantos em tantos períodos: eu-hoje com você-hoje, eu-amanhã com você-amanhã, eu-duas-décadas com você-duas-décadas. É tanta gente nova necessitanto de um reapresentar-se quase que diário... nada morno. Nada tédio.
Não será necessário divulgar isso? Porque, até chegar em tal momento, eu mesma acreditava em "felicidade morna". Não digo euforia, não... essa não é nada morna. Digo aquela, do dia-a-dia, tão evitada para não cair em rotina.
Sinto informar, mas a rotina também não existe. Aliás, existe sim, mas dentro daqueles que sempre a tiveram. Portanto, nenhuma novidade.
Quando vejo, então, casais que realmente se amam - e já sabem disso - fugindo sabe-se lá do quê, penso que pode ser disso... Da rotina, da mesmice, da felicidade morna.
Por dentro, apenas discordo em silêncio.
Aqui, posso dizer somente uma coisa: Não tenham medo. Aquela felicidade que não é mostrada nos filmes, que fica no imaginário de cada um, pode ser interessantíssima. É um conhecer e re-descobrir constante. É mergulhar cada vez mais fundo. Em nós. É um espelho, é verdade. Que, de tão diferente sempre, não se cansa de ser observado.

Portanto, sejam felizes para sempre. Vale à pena.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Sobre Arrepender-se


Como ouço "Eu não me arrependo de nada!"...
Andei pensando: como não? Eu me arrependo O TEMPO TODO!
Me arrependo de não falar; de às vezes falar demais; de não fazer; de fazer exatamente o contrário do que deveria; de clicar no "enviar" (putz, o enviar! Deveria ter um "você tem certeza?" posteriormente!); me arrependo de confiar demais; de ter demorado tanto pra confiar em outros; de comer um chocolate de marca ruim; de ter pego um ônibus ao invés de ir de bicicleta; de pegar a Rua Jardim Botânico que está um trânsito danado enquanto a Lagoa pudesse estar vazia; de me entregar demais, de me entregar de menos; de ter dormido ao invés de ir na festa da amiga, onde parecia importante minha presença; de dormir tarde e não conseguir levantar no dia seguinte; de ter traído uma vez; ou machucado alguém; de não ter me preparado melhor pro teste; de ter me preparado demais e não ter deixado a coisa fluir... ufa!
Ou eu sou muito paranóica ou as pessoas andam falando muito sem pensar!
Porque com uma coisa eu concordo: se eu pudesse voltar atrás, até faria de novo, pois precisei daquele dia pra NUNCA MAIS repetir. Mas isso não significa que não tenha me arrependido! Mas será que é então assim, carregamos essa nossa verdade tão dura e pomposa que o outro não tem nem sequer o direito de ouvir "desculpa"? Sim, porque pelo que me parece, pedir desculpas é uma consequência do arrependimento...
E por falar em "falar sem pensar", como nós falamos sem pensar! Existem umas expressões tão repetidas (como as repetidas "frases feitas") que parecem que saem de nossa boca sem passar por um processo de aceitação daquela verdade.
Essas entrevistas rápidas (tipo "jogo rápido") são mestras nisso. Tá certo que o entrevistado quer ser visto como um cara maneiro, boa pessoa... mas você acha mesmo que o momento mais feliz da vida dele é "aqui e agora"? Ele realmente está mais feliz respondendo um questionário do que esteve quando comprou seu carro? Ou conheceu sua mulher? Ou quando conseguiu o trabalho que agora o faz requisitado? Duvido.
Ah! E sobre "é melhor se arrepender de ter feito do que de não ter feito"... ainda não estou tão certa disso. Afinal, o que foi feito, não tem volta. E o que não foi, ainda pode ser feito, porque não? Pois (terminando com uma FRASE FEITA) oportunidade é a gente que faz, não?

Até a próxima.


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Nossa Casa

"Nada como chegar em casa!"
A sensação de pertencer é uma delícia. Sentir-se em casa é o conforto que o corpo cansado pede.
E a casa pode ser A casa, mas pode ser um quarto, um travesseiro, um colo.
Tem dias em que rejeito o mundo e vou para casa. É quando grita a necessidade dessa sensação.
É gostoso construir aos poucos o lugar onde se fica. Porque é assim: arruma-se uma planta, uma cortina, um quadro. Escolhe-se a cor da tinta. Para qual finalidade? Para ficar. Estar ali, sentindo-se em casa. É o descanso depois de um dia cheio, é o refúgio nas noites em que se opta pelo vinho, pão, azeite e calma.
A nossa Constituição garante como fundamental o direito à propriedade (aaah, nossa Constituição, bobinha, mais sonhadora do que eu, vai dar uma voltinha pela rua à noite contando quantos por lá dormem e depois a gente conversa!). Mas enfim, acho que na minha constituição estaria decretado a todos o direito de sentir-se em casa.
Aliás, nesse mundo incerto de aluguéis e contratos curtos (e que ainda assim os curtos podem ser encurtados), só peço e cultivo esse "pertencer a". Em pouco tempo de mudança, aqui estou eu: aconchegada entre velas, música, edredom. E pronta para a próxima, já que o mundo é cheio de sustos e surpresas.
Mas o conforto interno permanece. Mora aqui.
Nossa casa, a gente é quem faz. E é por dentro.

Até a próxima.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Paixão Arrebatadora

Conversa de elevador:

Moça ruiva - Oi, Ju, tudo bem?
Ju - Tudo indo.
Moça ruiva - Indo? ...Pra onde?
Ju - Sei lá... terminei com o Léo..
Moça Ruiva - Mas por quê...? Da última vez que te vi, você tava tão empolgada...
Ju - É... passou. Acabou aquele fogo todo.
Ascensorista - Décimo.
Ju - É o meu. (pra moça ruiva) É que eu quero alguém que me tire o ar, sabe? Tchau, Lia!
Lia (a ruiva) - (...) beijo!
a porta fecha

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Mas vem cá: "...alguém que me tire o ar"...
Não seria melhor alguém que nos faça respirar mais leve?

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E, por falar em término, não esqueço o que um amigo uma vez me disse:
Terminamos a relação de anos. A gente não era mais marido e mulher, viramos nossos melhores amigos. Foi muito difícil, porque a gente se amava muito, mas sabia que tinha acabado. E o final foi a fase em que ficamos mais juntos. A gente se abraçava muito e tava sempre grudado. É porque a gente sabia que tava precisando de colo.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

O Medo

Ana tem medo de escuro. Acorda apertada pra fazer xixi. Pipe tem medo de se apaixonar. "- Como assim perder o controle dos meus atos, sentimentos, funções, pensamento? Isso é ridículo!" Marisa diz que não tem medo de nada. Sempre sonhou ser cantora de jazz, mas é secretária do consultório do Dr. Epaminondas, que por sua vez, tem pavor de um dia conhecer o famoso Julio Settini, por quem sente uma atração absurdamente inexplicável, já que sua esposa é uma excelente mãe. A esposa morria de medo de engravidar, mas as estrias que ganhou são compensadas pela esperteza de Ana, a criança mais linda que já nasceu no universo.
Será que o medo, esse mito do qual muitos de nós têm medo, é fruto da nossa própria não-vontade?
Ou será criado por terceiros que cismam em manter as coisas do mundo exatamente como elas são, por medo da mudança?
Mudar dá medo.
Andar na contra-mão dá medo.
Mas o que fazer se todos rumam para o Sul e você ainda TEM CERTEZA de que seu caminho é pro Norte?
Ter certeza dá medo. "-E se um dia eu vir que estava errado?"
Comecemos ao contrário, então. Comecemos de trás pra frente, comecemos da negação.
O que eu tenho certeza que NÃO quero? Para onde tenho certeza que NÃO vou?
Porque dizer não é corajoso.
A negação é o princípio da ausência do medo.
E se, então, Ana, Pipe, Marisa, Dr. Epaminondas, Julio Settini, esposas, mães, filhos, Tatianas, Marias, Fernandas, todos os indivíduos começassem a negar seus medos?
Seria o caos ou a solução?
A guerra ou a paz?
E você? Alguma vez já negou seu medo?
Aliás, já sabe quem é ele ou aonde mora?

bebendo de outras fontes

Pois será sempre assim...
ampliando o campo de visão para não se perder.
Olhando de cima, fica sempre mais visível o caminho.
Daí acha-se novamente um alvo-foco-objetivo e volta a caminhada.
Passo a passo.
Dia-a-dia.
E as noites, essas sim...
serão bem mais leves!

Pois aqui estou eu:
Começando a escrever assim: para quem quiser
O que já me soou impossível agora é simples assim:
clic. enter. salvar.
Sejam bem vindos a mais uma parte de mim.
Que nossos pensamentos compartilhados voem longe!!

Até breve.