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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Marina

nasceu uma felicidade calma. ela trouxe silêncio que rodeava. e paz. e fé.
ela já nasceu plantando.
sementes fortes, resistentes.
ela nasceu plantando as mesmas sementes que a semearam, sementes de essência.
e daí todos se aproximaram.
uns dos outros, de suas essências.
ela trouxe pausa na turbulência.
pausa que dissipa e não deixa mais voltar.
ela trouxe toda a felicidade.
ela trouxe de volta.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Quando não saem palavras, usa-se alheias...

Dança dos Círculos

Amora Pêra



O caminho que você escolhe essa noite
Dissipa meu carinho em algumas palavras
Faz tão frágeis nossas pegadas dessa noite de janeiro fria
Não há nada pr’eu não te amar
E eu não acordo meu querer

Te amo agora tão de longe
Te amo agora

É só o caminho que você escolhe essa noite

Te amo agora tão de longe
Te amo agora

Só o caminho que você escolhe essa noite

Que desfaz um canto,
Desliga um tato,
Desmancha uma explosão

Derruba a rosa
Varre um rastro
Rasga a ilusão

Só encontro espanto
Pruma surpresa tão grande quanto os seus olhos nos meus
Desaponto um porto pelo caminho que você escolheu

Te amo agora tão de longe
Te amo agora

É só o caminho que você escolhe essa noite

Me faz triste
Desfaz feitiço
Me faz certo
Me faz janela que já saí por ela

quarta-feira, 23 de abril de 2008

dupla

cheiro de sabão
roupa limpa
cheiro que traz sentido de dever cumprido
cesto em dia
agora é passar.
a água sacudiu poeiras e cheiros
lembranças e gozos
e deixou aqui
o vento cheiroso que abre sorriso
agora é secar
passar e guardar
e entregar ao dono

cheia de ilusão
corpo limpo
cheia de fazer sentido e não haver cumprido
coração em dia
é deixar passar.
a alma sacudiu canseiras e sonos
lembranças e gozos
e deixou aqui
um tempo que abre ainda assim sorriso
agora é chorar
secar, não guardar
encontrar um solo.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Das Diferenças

E se para você foi difícil acreditar que aquilo tudo que deixei passar
era meu amor verdadeiro,
devemos nos atentar às diferenças.
Pois pra mim o difícil mesmo é entender que aquele todo seu amor concedido
e intenso e inteiro e, e, e,
pode ser mergulhado tão rápido em qualquer outro lugar.

domingo, 20 de abril de 2008

Sonho Ainda Confuso

Acabo de olhar meus brincos na cabeceira e lembro de ter sonhado com eles. Que eu perdia um e o catava na calçada.
Encontrava lá mil outros brincos, e pedras talvez preciosas, e talvez jóias, e muitas coisas de valor que eu lá deixava. Queria aquele, meu. Que no sonho não era nem meu e por isso deveria achá-lo.
Na calçada tinham umas informações esquisitas, como velas vermelhas em formato de rosas e pote de farofa.
Eu deixava as jóias e as pedras preciosas lá, por precaução.
Também havia um carro e um amigo que era o dono do carro. E outro amigo acompanhando.
O carro estava aberto e estacionado.
E tinham muitas pessoas o observando.
E entravam nele.
E ficavam girando a chave e passando a marcha.
Lembro-me aflita, pensando que levariam o carro.
Levaram.
Mas para dentro de um caminhão, onde funcionava a oficina.
Eram de bem.
Enquanto íamos embora à pé, encontrava na muretinha da calçada muitos óculos diferentes e grandes (e uns com formatos assimétricos, como uma lente maior do que a outra) e eram antigos. Todos na muretinha da calçada.
Juntos com mil coisas de cabeleireiros.
Escovas e potes de cremes.
Eu olhava os óculos, um por um.
Mas também não levava nenhum.
E não achava meu brinco que não era meu.
E lembrava que sim, era meu, havia ganho de minha mãe.
Ficava mais tranquila.
Lembrava do outro que tanto amo e que perdi uma banda. (esse, não em sonho, infelizmente)
Agora estou cá a pensar qual a real importância de brincos e carros e potes de cabeleireiro e pedras preciosas e óculos.
Chegaram até meu descanso noturno.
Mas porque não os trouxe comigo?

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Fogo na Mata

Então teve incêndio na floresta.
As árvores, apressadas, trataram de arrancar suas raízes do chão e saíram correndo para fugir do fogo assustador.
Uma coruja, sábia, parou para observar.
Afinal, ela tinha asas... Num sufoco, se sairia bem.
Encarou aquele enorme vermelho pulsante, de frente.
Ao contrário, se aproximou. E mais.
Curiosa, percebeu que a chama atraía, mas não ardia.
Pôde perceber que era puro teatro, ilusão.
Incêndio de luzes e papel de seda.
Um belo espetáculo, inofensivo.
Tentou avisar às árvores que elas não precisariam temer.
Mas era tarde. Elas não estavam mais.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Erro 678

A gente paga pelo não serviço. Disso, todo mundo sabe.
Essa história de que cliente tem sempre razão é balela e só funciona nas tiazinhas e tiozinhos de esquina, pequenos armazéns, mercadinhos e essas coisas que estão em falta no Rio de Janeiro.
Aí coloquei internet de companhia de celular, pra poder levar no laptop pra onde eu precisar ir. Ótimo.
Digo, seria ótimo, se ela não resolvesse dar erro nos momentos em que mais dependo dela.
Parece até que ela sabe.
Mas... Lei de Murphy à parte, lá vou eu cheia de graça e paciência discar pra minha operadora e saber o que há.
Aí é aquilo que todos já sabem...
"Vou estar te enviando" pra cá... "Aguarde só um momentinho, senhora" pra lá... e meu tempo vai passando, orelha esquentando, paciência esgotando. E enquanto a mão esquerda segura o celular, a direita não pára de clicar um segundo, na esperança que o Erro 678 desapareça.
Lá pros 20 e poucos primeiros minutos de conversa, cai a ligação.
Ótimo.
Vamos lá ligar novamente, hoje minha paciência anda infinita.
(e a mão direita clicando)
Nem falei aborrecido. Tudo bem.
Mais 20 e poucos minutos, "vou estar passando"s, "aguarde senhora"s... Consegui que atendam no ramal da internet (sim, tem isso!)!!!
- Oi, moço. Bom dia.
- Seu número com DDD, por favor?
(aquela que já tem a manha e liga sempre)
- Ah, sim. Como é o modem da internet, eu ainda não decorei o número. Mas sei que posso dar o CPF. Posso falar?
- Não, só mesmo com o número.
(???)
- Aannhh.... Então agora é sua vez de esperar um minutinho... 5 segundos para eu pegar... aqui... (e vou falando enquanto corro pra caixa do tal modem e o moço não perceber que estou tentando enrolá-lo)... ah, sim!... achei... péra, um minuto que eu...
DESLIGOU.
PRIMEIRO PALAVRÃO.
Mas ok. Hoje eu sou mais eu, não é o tiozinho da operadora que vai me tirar a paz.
Respiro fundo, anoto o número do meu chip para não ter mais problemas e vou tranquila e calma pra minha terceira ligação de 20 e poucos minutos.
Volto a funcionar minha mão direita tentando um milagre.
É. Hoje estou praticamente um Buda.
Agora, não mais com aquela calma de dar bom dia pro moço, disco novamente.
Tempo para ouvir todas as dicas da operadora, novidades do site, promoções.
Disco a opção desejada.
Musiquinha de fundo.
Atenderam!
- Bom dia, no que posso ajudá-la.? DDD e número, por favor?
(mão direita tentando conexão, automaticamente.)
- Bom dia. Estou tentando falar com vocês há uma hora, o número do meu modem é tal, meu nome é tal, me passa pro setor de internet, por favor?
Fui ríspida.
Musiquinha.
Mão direita cansada, ainda com esepranças...
Atenderam no ramal da net! Hoje 'estou com sorte'!
- Bom dia, senhor. Eu gostaria de saber porque não consigo me conectar, está dando o Erro 678. Você pode fazer o favor de resolver o meu problema e não desligar o telefone na minha cara?
(...)
Não, ele não desligou.
Sim, minha mão direita continuou clicando.
Sim, a internet conectou.
- Obrigada, Senhor, mas não é mais preciso. Já consegui sozinha.


É.
E eu só escrevi porque é a terceira vez que isso me acontece.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Relacionamento Aberto

Importante sim dar nome aos bois!
Eu não sou lá de rótulos, mas amiga, no seu caso, segue aqui o meu conselho.
Até que rotular ajuda. Ao menos dentro.
Porque importa saber a diferença entre o melhor amigo que se acha apaixonada, sem coragem de viver mas de vez em quando come-se; o amigo das madrugadas e da relação bem resolvida com a certeza de não sentir nada e de vez em quando come-se; o cara que se acha que ama mas pra saber precisaria da presença, senão fica mole achar que ama e de vez em sempre sente-se; o cara que te deixa doida, talvez apaixonada, certamente confusa, talvez confusa, certamente apaixonada, e de vez em quando tenta-se; o Ele que por tanto tempo ocupou o lugar do primeiro, do oficial, do teu, que já passou e sabe-se, mas de vez em quando lembra-se.
Cada um, um quem.
Títulos grandes demais pra poucos metros de gente.
Relacionamentos. Título primeiro, pode-se chamar.
Mas tantos e tão distintos... deixa Aberto, que cabem mil aceitações.
Os rótulos são internos mesmo.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Passa.

Como diria um amigo meu,
uva passa.
ferro passa.
até figo passa.
por que todo o resto não haveria de passar?

passou!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Dias e Dia.

Tem dias que o sorriso brota só de abrir a jenela.
E tem dia que não.
Que é precido gritar, ou então chorar, ou então escrever.
ou então os três, se o bicho pegar feio.
tranformar a raiva em canto, em cena, e arte.
será que dá?
acredito. mesmo.
mas pode ser daqui a pouco?
ainda tenho uns ponteiros para acertar com a cama, travesseiro, edredom.
não... fugindo, não.
só fazendo ninho.
só cuidando um cadim, já que o resto não ajuda...
gripe até que é bom.
motivo real pra dormir até meio dia sem ninguém te torcer nariz.
nem eu mesma.

ainda não é meio dia.
com licença, tenho mais o que fazer.