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domingo, 12 de agosto de 2007

O Momento Certo

Uma vez, andando na rua, peguei todos os sinais abertos para eu passar. O último não, estava com o bonequinho vermelho me olhando de longe... pensei: será que este será o único fechado? E ele ficou verde no mesmo instante. Sorri sozinha. Lembrei que deveria estar "no momento certo".
No momento certo, temos a impressão de sermos marionetes de algo maior. Ou Deuses de nós próprios.
Como se caminhássemos no tempo correto dos dias que devemos percorrer. Como se pegássemos todos os sinais abertos, e agora não falo só dos sinais de trânsito.
Esse momento chega quando se pensa em alguém e esse alguém liga ou aparece. Ou quando se precisa de algo que acaba te caindo às mãos. Ele chega não só quando tudo o que pensamos acontece, mas quando o próprio pensar é fluido de pré-decisões. Não é um pensamento forçado para que algo aconteça, o momento certo não mora no premeditado, no intencional, no racional. A coisa é bem mais sutil, bem mais sublime... Os dias parecem ter o tamanho deles, não falta nem sobra, e chovem as tais coincidências, nas quais nunca levei muita fé... Estamos nós. Em essência.
Assim, sorrimos à tôa e, se choramos, é com toda sinceridade.
Nasce nesse momento uma tal certeza, não ao certo de quê, mas a certeza em si, de que se está no caminho certo. Uma tranquilidade de respirar e seguir mesmo que não se tenha total clareza de qual direção.
O momento certo não nos diz nada de específico. Nenhuma grande verdade. Não é capaz de revelar futuros, desvendar segredos. Não nos põe à prova, não desafia. Apenas nos dá um chão seguro.
Apenas uma concreta confiança no tempo.

Um comentário:

Sophia C. disse...

Me fez lembrar do filme Paris Te Amo. Me fez pulsar essa sensação de sinais abertos, livres aos sentidos. Me fez, mais uma vez, ter a certeza de que tudo é uma questão de se permitir. Bj, Fada das Metáforas tão querida!