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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Memórias De Um Carnaval

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Quarta de cinzas às onze da noite e a cidade ainda exibe confetes pelo chão, alguns últimos foliões porpurinados desgarrados, uns bêbados trôpegos, muitos bares cheios. E há quem diga que fim de semana tem bloco.
Ufa.
Uma semana é suficiente para a pessoa se cansar até o próximo carnaval.
E se prometer parar de beber pelo mesmo período de tempo.
O que acompanham durante os próximos 365 dias são, certamente, as situações hilárias e outras nem tão engraçadas assim... muitas memórias, muitas histórias.
Troquemos os nomes dos bois para não comprometer ninguém... Os floreios são por conta desta que vos conta:

Colombina foi ao bloco de manhã e se apaixonou por Suspensório. É certo que ela já havia se apaixonado, no mesmo bloco, por Coringa (que ela nem ligava fosse ele não tão lindo por debaixo daquela maquiagem toda) e largado certos suspiros por Diabo (que era realmente um mal caminho, um pecado). Mas Suspensório tinha um sorriso encantador. O bloco acabou e Colombina seguiu seu rumo. À tarde, mais um bloco. Lá estava Colombina se apaixonando pelo Sem-Fantasia, quando passa Suspensório. Uau! Dessa vez ela ia falar com ele... mas o quê? Cantadas de carnaval são sempre inúteis. Consultou as amigas que, achando todas as suas cantadas meio bregas, a fizeram desistir. Lá se foi Colombina arrasar corações de Pierrots bloco afora... Noite chega. O último bloco do dia. Colombina e suas amigas inventavam alongamentos de pernas para continuar sambando. E lá se vão. Sambando noite adentro e eis que aparece: Suspensório. Ah, não. Colombina começou a acreditar em destino. Mas acabava se distraindo com os festejos, o bloco dando a volta na praça, os amigos de tantos tempos... Eis que a madrugada começa a dar o ar da graça, a festa fica com aquele ar de fim, as pessoas trôpegas de tão bêbadas e Colombina avista de longe seu sorriso suspensórico.
- Amigas, lá vou eu.
- Essa hora, Colombina? Tarde assim, não é hora de ninguém chegar em ninguém...
Colombina foi. Estava Suspensório e seu amigo. Colombina sorriu:
- Eu sei que está tarde, mas o que eu posso fazer?
Suspensório:
- O quê?
Pausa. O amigo gargalha. Suspensório não entendeu. O amigo não acreditou.
- Não entendi...
Colombina nem tentou explicar. Resolveu apostar nos feiosinhos mais velozes.


A Dani e o Dani. Eles se conheciam há uns três anos. Dois anos de paixão platônica mútua. Durante todo o terceiro ano o Dani morou fora. A Dani já sabia que ele tinha voltado, mas ninguém tinha encontrado ainda.
A Dani resolveu ir naquela festa como mandava o figurino carnavalesco: fantasiada da cabeça aos pés. Caprichou numa palhacinha pintada até as orelhas. Aproveitou que estava namorando para poder usar aquela fantasia pega-nínguem. Porque todos sabem que ninguém se dá bem vestido de palhaço. A Dani relevou a libido carnavalesca e lá foi se divertir na festa com aquele nariz vermelho. Festa lotada, banda ao vivo, mil pessoas desconhecidas, outras tantas irreconhecíveis... A Dani pediu licença às amigas e foi ao toilet se desfazer daquela cerveja toda que tinha tomado. Na volta, eis que, um ano depois, encontra o Dani. Assim, no meio da multidão. Eles se olham, surpresos. O Dani estava fantasiado, também, da cabeça aos pés... De palhaço! Dizem que ficaram alguns segundos em pausa, apenas assimilando. Dizem que essa pausa fui eu que escrevi...
Fofos.


Ainda tem mais três histórias. Mas hoje é realmente quarta de cinzas e eu preciso me recuperar.
Pernas pedem almofada, voz (que desistiu de existir) pede uma noite bem dormida e peito pede pra eu não deixar a gripe entrar. Ela está tentando. E eu não vou deixar!

Vou me deitar. Amanhã eu conto mais...

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