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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mulher Moderna x Princesinha do Papai

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confesso que não sei se gosto do resultado alcançado pelas atitudes das nossas queridas e velhas amigas radicais dos sutiãs queimados...
muito fácil, sei, dizer isso sendo hoje mulher que trabalha, trabalha no que gosta, faz suas escolhas e não tem lá que ficar dando satisfação diária ao sair de casa.
tão fácil, sei, quanto dizer como é bela a grama do vizinho sem ser você quem rega e cuida e corta e, e, e.
e é claro que para chegar a qualquer equilíbrio é necessário desequilibrar para o outro lado, a fim de ter a balança no ponto do meio...
mas penso.
teria sido talvez mais fácil continuar tudo como estava.
era coisa estabelecida, tarefas divididas, cartilha conhecida, decorada, sem indagação. você sai para trabalhar, eu fico e cuido da casa e dos filhos. e não era preciso tirar dúvida alguma, ultrapassar limites, era terreno seguro.
antes que me joguem pedras, recorro então aos que já tem a mira em minha direção: me respondam então o que fazer em cada situação que aparece?
pois de minuto em minuto tudo muda e eu não sei mais a quem recorrer, se à mulher maravilha ou à bonequinha indefesa.
que a mulher moderna precisa ser prática, independente, poder sustentar sua casa, sua vida, suas escolhas, sozinha. e ser bem sucedida e subir de cargo pelos valores intelectuais e nunca aceitar que ele pague a conta inteira. e trocar a lâmpada, desparafusar o lustre, matar barata, abrir vidro de palmito, sem fazer cara feia. e à noite subir no salto, caprichar no rímel e sorrir tranquila. e de dia trocar o lixo, guardar as roupas bem dobradas, passar seu próprio café e tudo isso em tempo recorde pois tem hora pra sair para o trabalho...
isso sem falar nas que tem filhos.
lindo, uma antes utopia, hoje realidade. é mulher quem governa o país.
ou seja, nascemos em época que não existe a opção não ser super herói. a mim nunca foi dada outra escolha. aprende e aceita.
porém.
paralelamente a isso, quando se conhece um cara por quem você realmente se interessa, é preciso deixar toda a sabedoria de lado.
é hora de ser menina, lembrar da princesinha do papai que sorri de longe e não aborda, ser frágil e tímida, boba e passiva, pois assim é que se deve ser. assim é que você vai ser respeitada como mulher. não pode ser forte, não pode abrir o vidro que você já está cansada de saber abrir, ser independente é desaforo, não pode. é preciso saber jogar, saber fingir fragilidade.
na boa, colegas feministas do passado:
preferia não ter tido nunca de aprender a ser mais eu.
se eu tivesse nesses trinta e um anos apenas aprendido a ser a princesinha do papai, talvez hoje me desse muito melhor nesses jogos esquisitos em que os amores me colocam.
não gosto, não quero jogar.
se me fossem dadas opções, talvez eu sentasse comportada à espera do companheiro pro baile.
ou simplesmente me despediria, olhos baixos, deixando o salão. tirando o time de campo.
mas essa regra é coisa do passado. é cafona, démodé.
ai, que saudade dos tempos da vovó que eu não vivi...
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Um comentário:

Mr. G disse...

olha... num vou nem falar nada, q vais mais de hora! mas sempre adornado suas linhas! bjs!