eu tratava a realidade como a quem se pode controlar. bobinha. e o ano novo então vem num rompante de vira avesso que te faz pensar e repensar a vida. te coloca novamente sozinha na ilha deserta cercada de um mar de possibilidades. eu sou míope. como saber por onde navegar?
eu desmontei minha montanha de lego e comecei novamente do chão. pecinha por pecinha ando criando um novo formato, novas cores. eu tenho muita dúvida sobre que peça usar. sobre onde colocar. tenho dúvida se é de lego mesmo que eu gosto... eu nem mesmo sei por que isso. estou criando uma nova montanha mas talvez eu mesma a destrua, antes que alguém o faça. será tão grande assim o prazer de estar no comando?
eu sinto saudades, medos, dúvidas, aflições. e faz frio. e a cama voltou a ser grande.
e é engraçado que no mar, no meio de um caixote, o meu corpo permanece leve e respirando tranquilamente. ando conseguindo deixar a maré levar pra onde for... e deixo...
e consigo, por exemplo, olhar para trás e me sentir mais feliz agora. feliz não sei, mais inteira, ao menos. talvez esteja gargalhando menos. mas hoje, logo hoje, chego ao fim do dia e percebo que nem fiquei sentimental.
é isso. depois de tranto tropeço, hoje me sinto mais forte. como se pudesse desviar no meio da queda, amenizando o tombo.
feliz dia das mães.