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era a bola de argila bem moldável e suplicante que havia em minha mão.
eu moldei detalhadinhas, cuidadosa a pinceladas, peças soltas de mosaico.
depois encontrei uns pares muitas vezes simbióticos, vezes menos encaixados,
fui formando grande rede com as pecinhas, não mais soltas.
eu fui dando mais sentido ao meu tal bolo de massa
e a bola criou corpo e a bola criou vida e eu fiquei felicitada
e fui aumentando a rede, fui diminuindo a bola, fui sorrindo a cada peça.
eu não tinha terminado.
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era uma vez mão outra que pegou uma das peças e juntou do outro lado.
era mão bem insistente que mexeu na outra ponta, virou essa assim pra baixo, pegou aquela do cantinho e juntou na bola grande, fez revolução brutal na idéia de início de pecinhas encaixadas.
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era uma vez, mais calma, eu olhando aquela massa que não pertencia a mim.
e aquela argila em bola, que de início era tão minha, não queria nem pintada.
e a mão bagunçadora, que me ria tão sapeca, era quase inocente.
e era eu a ver o mundo com meus olhos quase espertos, que enxerga como pode, que prevê que lá vem chuva.
era uma vez a bola que parou bem na garganta e eu não quis indigestão.
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era uma vez um bosque que havia do outro lado onde eu nunca passeava.
era um chão com muita argila tão moldável e suplicante quanto a bola de outra página
era eu com a mão no barro e a calma de um início a juntar bola moldável.
eu tinha recomeçado.
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era a bola de argila bem moldável e suplicante que havia em minha mão.
eu moldei detalhadinhas, cuidadosa a pinceladas, peças soltas de mosaico.
depois encontrei uns pares muitas vezes simbióticos, vezes menos encaixados,
fui formando grande rede com as pecinhas, não mais soltas.
eu fui dando mais sentido ao meu tal bolo de massa
e a bola criou corpo e a bola criou vida e eu fiquei felicitada
e fui aumentando a rede, fui diminuindo a bola, fui sorrindo a cada peça.
eu não tinha terminado.
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era uma vez mão outra..... sai pra lá!
Um comentário:
A-M-E-I!!!! livro pronto, sapequinha, ilustrado!
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