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"automóvel lá nem se sabe
se é homem ou se é muié
quem é rico anda em burrico
quem é pobre anda a pé
mas o pobre vê nas estrada
o orvaio beijando as flô
vê de perto o galo campina
que quando canta muda de cor
vai moiando os pés nos riacho
que água fresca, nosso sinhô!
vai olhando as coisa a grané
coisa que pra mo'de ver
o cristão tem que andar a pé."
pois é, gonzagão.
no dia a dia sempre tão apressado mal dá tempo de olhar e de perceber o mundo em volta.
então eis que se tira uma tarde mais livre para caminhar pela cidade, apenas observando dentro e fora. e tudo o que se vê é o resultado das pressas de outrens: um motoqueiro atropelado, mais adiante um vidro estilhaçado no asfalto, mais adiante um poste de nome de rua tombado por algum automóvel, mais adiante um caminhão sobre metade de um canteiro destruído na calçada. não houve mais adiante pois cheguei ao destino. felizmente, intacta.
penso então no quanto andamos atropelando coisas e/ou fatos por conta da constante pressa. penso então se algum dia houve um auto atropelamento. penso então que muitos devem ter havido.
e por falar em pensar, e por falar em andar, dizem que na grécia viveram os tais "peripatéticos", os tais filósofos que pensavam caminhando. que o andar ajudava no movimento interno de assimilar e descobrir e entender e.
eu concordava sem nem nunca ter tentado.
e em lembrando deles, e da pressa, e do dia livre, e das mil e uma questões internas, lá fui peripateticar... leblon, gávea, jardim botânico, humaitá.
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e foi pouco.
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