Então teve incêndio na floresta.
As árvores, apressadas, trataram de arrancar suas raízes do chão e saíram correndo para fugir do fogo assustador.
Uma coruja, sábia, parou para observar.
Afinal, ela tinha asas... Num sufoco, se sairia bem.
Encarou aquele enorme vermelho pulsante, de frente.
Ao contrário, se aproximou. E mais.
Curiosa, percebeu que a chama atraía, mas não ardia.
Pôde perceber que era puro teatro, ilusão.
Incêndio de luzes e papel de seda.
Um belo espetáculo, inofensivo.
Tentou avisar às árvores que elas não precisariam temer.
Mas era tarde. Elas não estavam mais.
4 comentários:
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e ainda preciso reler.
Caminhei pelas imagens dos sentidos... acompanhei feito criança a construção que me dava a cada linha... é sempre encontrar um tesouro te ler.
Então a coruja tinha asas.
E, amparada pela distância, pôde ver o espetáculo.
Nele, as árvores eram atores.
E a coruja, espectador.
Só que quando a pobre da coruja se aproximou, foi engolida pelo palco. No momento em que a coruja percebeu que tudo era teatro, ela não poderia mais voar. Onde estariam as árvores? Elas trocaram de lugar. Elas não estavam mais lá porque talvez elas teriam trocado de lugar com a coruja.
Moral de tudo: Quando a arvores correm, viram corujas. Ou quando a coruja se aproxima, corre em arvore. Ou?
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