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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Amor?

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domingo assisti ao novo longa do joão jardim no festival de brasília.
título: "amor?"
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me intrigou a interrogação.
porque tem muita gente que dá nome de amor sentimentos outros que, segundo meu entendimento, passam bastante longe disso: dependência, insistência, covardia, doença, fissura... isso para pegar leve. o filme trata de casos extremos de gente que não pega nem um pouco leve.
casais que se "amam" tanto que destroem a vida do outro. e a própria.
mas perguntas valem até mesmo para o mais sutil dos casos. aliás, é no mais sutil dos casos que vale a pena interrogar.
porque quando você fala de um cara que chegou a colocar uma arma dentro da boca da "amada", a história ecoa tão distante da nossa realidade que raramente seríamos capazes de nos identificar com a raiz da questão.
mas vejamos.

tirando a violência física, de tirar sangue, tirando a violência psicológica, de enlouquecer e acabar com a liberdade do outro, tirando os casos extremos.
será que nós mesmos não nos violentamos sutilmente, em nome do "amor"?

que amor é esse?
que visa a diminuição do outro, que pouco acrescenta, que a união é mais apego do que real vontade?
que apego é esse? carência da mão dada? medo de sentirmo-nos sós, ou apenas uma maneira de ficar bem na foto, acompanhado?

se vivemos as nossas escolhas, podemos e devemos escolher o nosso bem... não?
e esse amor, é ele um bem? traz ele um bem?

amor pra mim soma, não subtrai.
amor pra mim até sobrevive apesar de. apesar do desgaste do tempo, da dispersão da distância, sobrevive a pequenas falhas, desleixos ou raivas passageiras.

mas escuta.
tudo tem limite.
tudo.
e tem de ter.
e só a gente é quem pode impor onde é que termina o outro e começa o nosso. onde é que "daqui não passa".

as mulheres personagens do filme estão, por sorte, vivas. e puderam contar aquelas histórias.
e se estão vivas foi porque, no meio do turbilhão, conseguiram por um ponto final.

que no fundo
no miolo do furacão
no nó principal do problema
é a gente quem decide por qual caminho quer passear.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Mosaico

e quanto mais se sorri por fora
mais arde dentro
e o quanto mais linda, mais brilho, mais dança
mais por dentro se contorce

mosaico

a figura bela e curiosa
de mil caquinhos lado a lado

certas coisas não podem ser o outro a te ensinar
mas, querendo ou não, a gente passa a saber
a gente aprende sozinho.