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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Aprendendo

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certa vez me ensinaram a fazer uma fogueira.
eu precisava de gravetos, galhos de várias espessuras e lenhas mais grossas, fogo... e oxigênio.

acender os gravetos com o fogo, ir passando para os galhos cada vez mais grossos, dar aquela sopradinha pra brasa pegar.
e deixar o ar agir.
deixar o fogo respirar para a fagulha virar chama: fluf!
que sem oxigênio, o fogo apaga.

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certa vez me ensinaram a fazer massa de pizza.
eu precisava de farinhas, azeite, fermento biológico, sal, água morna...
e espaço... e tato.

fazer o monte de farinha e sal com o buraquinho no meio. diluir o fermento na água morna, o azeite só pra soltar da mão.
e saber o grau da força da mão.
e ter espaço na bacia pra deixar a massa descansar
que sem espaço, a massa não tem pra onde crescer.

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certa vez me ensinaram a revelar fotos no quarto escuro.
eu precisava de papel fotográfico, negativo, a maquininha de copiar, muitas químicas, lâmpada vermelha... e tempo.

colocar o negativo na maquininha, o papel fotográfico logo abaixo, fazer a reprodução, deixar o papel de molho na química.
e esperar.
que se tirar o papel antes da hora, a imagem não aparece.

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vez nenhuma me ensinaram sobre como lidar com o amor.
mas algo me diz que muito tem a ver com ar, espaço, tato e tempo.

que parece mesmo conseguirmos muito aprendendo por associação.

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