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terça-feira, 21 de abril de 2009

Email Velho Que Encontrei

Da Época Em Que Eu Ainda Usava Batom...

O bom do tempo é que ele ajuda a apagar certas coisas. Encontrei esse email que, por acaso, falava do blog. Lá pro fim de 2007, quando ou "Essa Coisa Umbigo" ainda se chamava "Outra Parte de Mim". Sei lá, não quis que ficasse perdido por aí...



assunto: da série: agora eu mostro o que escrevo OU mais um post que não vou postar


escrevi pra pôr no "Outra Parte" mas desisti de deixar à vista.
mas é teu.
é pra você.
saudações de aniversário, saudade, sei lá. me prometi ser sincera com a gente, te prometi ir até onde eu conseguisse...
então, táqui.
o que se passava do lado de cá...



Passei três dias sentindo e pensando verdadeiramente, antes de pôr aquele batom vermelho pra te ver. Acredito que as atitudes sinceras nunca são em vão e minha saudade combinava perfeitamente com o seu aniversário. Então caminhei sem pressa nem certeza pra te olhar nos olhos e saber, ou tentar, ou sentir, o que eles me diziam.
Enquanto nossas mãos se procuravam como quem ignora nossas decisões, as cervejas pareciam mais geladas e era em vão a tentativa de esfriar os lábios agora rosados e misturados em saliva e cosmético.
Enquanto a saudade dava lugar à alegria de voltar pra sensação que é lúdica e que é nossa, que acalma e que remoça, eu paquerava seu jeito tímido e ótimo de me sorrir. E respondia com todo o carinho que somente se expressa em cócegas, mordidas e apertões, que é o meu jeito bobo de dizer que gosto.
Nisso a noite terminava e a lua perdia seu brilho de sorriso fino para o dia, que se aproximava.
E eu me sentia forte e de novo dona de um lugar novo e sem rótulo porém com muita afeição.
E eu me sentia noite dentro de sua preferência pelas horas escuras e na minha já decidida renúncia pelas horas de sono.
Foi quando seu "não" me bateu mais forte do que expresso no estômago, foi quando seu sorriso te levava para o lado completamente oposto às palavras que você proferira, foi quando te vi preferindo qualquer companhia sem importância à minha, que já acreditava na saudade e nos olhos e nos sorrisos e nos beijos e..., foi quando voltei pra casa sem seus dedos entre os meus e com as bochechas um tanto úmidas dos olhos / copo que acabaram transbordando.
Então deitei no canto da cama usando o edredom para esquentar pescoço dolorido. Então fechei os olhos tentando ignorar teu cheiro que ainda insistia do meu lado. Então fiquei muda como quem caminha em túnel sem lanterna. E eu dormiria até o ano que vem se pudesse, me apaixonaria em cem por cento por alguém se soubesse, recomeçaria o dia sorrindo se acordasse.


E seu primeiro 'eu te amo' me chega à lógica mais como 'me desculpe'.
Ou então, como a maior das incoerências.



era isso.
foi isso.
beijo grande de quem ainda gosta,


ps. tem blusa, tem camiseta e tem cueca que nunca sei se embrulho com laço de fita ou entrego sujo em saco plástico.
e tem presente que gostei tanto pra mim que chego a usar como se nunca tivesse sido seu...
ah, sim. e tem vontade de te ver como se nada disso nunca tivesse acontecido, melhor que fosse por acaso.


t.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

No Meio Do Caminho Havia...

Todas as vezes em que o mundo gritou aqui dentro,
eu ouvi.
Em nem todas elas, porém, acreditei no que escutava.

Um grito mudo ontem apontou uma mancha no meio da paisagem.
Ouvi, acreditei, fiz o que fora preciso.
Retirei da frente aquilo que me atrapalhava a vista
o que não me deixava ver com olhos calmos.
Simplesmente passei adiante como quem não fosse olhar para trás.
Hoje, paisagem inteira, limpa. 100%.
Mas, no entanto, bem menos colorida...

Olho então adiante a bela foto preto e branco, enquanto lembro da pintura abstrata e colorida de outrora.

E amo as duas.
Ao menos, agora, ao invés do grito interno, paira o almejado silêncio, aquele que ainda não ensurdece.

domingo, 12 de abril de 2009

Catarina e Julieta

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Julieta sai correndo pela estrada, tropeça, rala os joelhos, gargalha dela mesma, continua correndo e grita para Catarina: - Vem, você vai ficar pra trás se continuar nessa moleza!

Catarina nem se importa. Continua serenamente sua caminhada. Sorri séria. Ela consegue isso. - Lava esses joelhos antes que inflame! Me deixa cá com meu tempo.

Julieta é impulsiva. Parece ter 10 anos a menos do que realmente tem. E não é só a energia infantil e boba que carrega por onde vai, não só. Sua pele parece mais nova. Um brilho diferente. Um olhar sempre saltitante, sempre curioso, como o das crianças. Vai morrer jovem. Catarina, não. Desde criança já era adulta. Engajada, conversa sobre tudo. Com os amigos dos pais, os amigos dos irmãos maiores, não fica nunca deslocada nas rodas "dos adultos". Nasceu velha. É incrível as duas terem a mesma idade.

Vivem juntas e vivem brigando. Hoje o motivo é a pressa de chegar, Catarina caminha "devagar e sempre" enquanto Julieta se gargalha, correndo e tropeçando. Ontem o motivo era o trabalho, que Catarina teimava em segurar os impulsos de Julieta de mandar piadas em horas indevidas, enquanto Julieta empurrava Catarina a ser mais agradável e descontraída com os possíveis clientes. Semana passada foi no restaurante, quando Julieta respondia o bilhete dos mocinhos da mesa ao lado, enquanto Catarina levantava ao celular envergonhadíssima, fingindo um telefonema importante e demorado. Depois, as duas sozinhas, discussões intermináveis que nunca chegam ao acordo de quem tem razão. É sempre assim.

Julieta do joelho ralado e sorriso estampado teima que chega ao ponto final antes de Catarina, que por sua vez nem quer começar a discussão com aquele sangue escorrendo no meio da canela. Mas Juju não é fácil e não deixa Cata se recolher em silêncio. Cutuca até ela gritar.

- Se você continuar pensando oitenta vezes cada vez que for dar um passo, além de levar semanas caminhando, vai perder a melhor parte da estrada!

- Quem disse que a melhor parte pra você é a melhor pra mim?

- Vai me dizer que você não gosta de sair cantando? De correr na chuva?

- Gosto de ver a chuva batendo no vidro, quando ela não me molha. E só de pensar que alguém pode passar por mim quando eu abrir a boca pra cantar, já até esqueço a música...

- Você é muito sem graça.

- Um dia você vai me dar razão.

Então ficam em silêncio e continuam a caminhar até pararem num cruzamento. Julieta quer ir prum lado, decerto o oposto do que Catarina quer. Novamente iniciam a discussão.

E findada a briga, vai cada uma para um lado. Cada uma para sua própria casa.

Julieta para o bairro do lado esquerdo do cérebro, junto com seus amigos neurônios livres, artistas, infantis.
Catarina para a cadeia exata do lado direito, neurônios responsáveis pela retidão dos sentidos.

Cabeça em ordem, a dona delas pôde, finalmente, sentar para escrever.
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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Páscoa das Queridas

Combinamos de dar no amigo-oculto algo que simbolizasse nossas últimas "conquistas".

Presenteei, dentre outras coisas, minha "maturidade conquistada"!

E passei o resto da noite vestindo os apetrechos de princesa encantada que ganhei...