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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ciclos, Círculos e Pontos Finais.

tem horas em que o melhor é respirar e seguir adiante.
melhor do que tentar esmurrar minhas facas já sem ponta.
e seguir significa parar de tentar. insistir é não deixar fluir.
se o mundo sempre caminhou melhor do que eu,
por que agora essa mania de querer ser leme?
sempre fui melhor motor de popa...


ciclos são eternos.
círculos voltam ao mesmo ponto.
pontos finais no plural, são reticências...

será hora de trocar de título?

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Amigos

- Vamos apostar corrida até cair no chão, morrer de rir, cantar bem alto e na volta pra casa tomar suco azul com pão de queijo?

E vão.

Sem nem perguntar que porra é essa de suco azul.

Continua a Caminhada

e se o silêncio incomoda a quem não ouve,
imagina a quem não grita.
é como se raiva e tristeza no mesmo bolo virassem nó.
na garganta.
e nada passa.
nenhumas palavras.
nem pela cabeça, passa.
somente sensações
merdacorrearrancaescrotoagarrafogequeronãoquero
mataolhavaziovaziovaziosilênciocalmaqueronãotenho
precisonãotenhovocênãotenhomorrernãotenho
coragemoqueé?verdadeondeestámerdafogerespira
palavrassomemseusexogritagritagritamastatudoentupido.
a boca abre e só sai lacuna.
os olhos fecham pra não sair mais nada.
eu desejo meus sorrisos de bicicleta na lagoa

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Tava Faltando...

Era como se sem ele ela se sentisse menor, mais frágil, e não era hora.
Ela precisava ser forte.
Mas se sentia nua. Faltando um pedaço.
Como se suas próprias mãos não entendessem a falta dele. Ela olhava para as mãos e quase podia ouvi-las em apelo...
Até mesmo o espelho do elevador denunciava a falta.
Parecia sério.
Ela então tentou disfarçar para si, sublimar o pequeno, fingir não se importar.
Telefonou para o rapaz da agência que tratava de sua viagem (ainda tentando abstrair as mãos no gancho do telefone, sem ele) e continuou os afazeres.
Faltavam poucos dias para ela deixar a cidade e não teria tempo para ele.
"Esquece ele", pensou.
Terminou a consultoria da cliente que havia feito encomenda.
Desenhou a coleção outono-inverno da cliente-chefe.
Correu para a reunião às 19h mas chegou às 19h15.
"Desculpa".
Em casa, uma pilha de tecidos lhe esperava para virar acessórios.
"Mais uma noite de pouca cama".
Era madrugada e ela não se conteve
"Não vai dar pra viajar sem ele!!"
Telefone!!
Disca...
"Alô? Farmácia 24 horas? Um esmalte vermelho, por favor?"
Pintou as unhas.
Não dava mais para continuar vivendo naquele mundo sem cor.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Lua Cheia

Era noite de lua e Ele voltava pra casa.
o mundo inteiro desmoronava.
mas Ele marchava tão certo, tão inteiro e adiante,
que nem percebeu.
e também o mundo que em pedaços se partia, não o viu.
Ele sorria enquanto não era visto por destroços.
Ele morava em outro mundo.
e seguia.
naquela noite de lua Ele foi certinho
inteirinho
todo no tempo certo.
e só Eu percebi.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Grande Manoel

para a desesperada de amor que doente persegue uma relação saudável como um banho no lindo lago de coca cola light do amor

um:
um tirésias sub_atômico pediu que eu lhe avisasse:jogue reto. Se procurar desvios, faça como a água. Tanto em um caso como outro procure jogar como a criança. de verdade, na matéria. jogos são bons, desde que sejam, por mais abstratos, materiais.
dois:
o que é pode deixar de ser? o real pra mim é verdadeiro pra você?
três:
eu invento intenções. voce inventa enganos. eu e você enlaçam os pescoços com cordas discursivas para então depois acontecer o quê mesmo? já sei, suicídios possíveis. já sei, medrosas atitudes. já sei, dissipação de energia. não sei, o que você e eu querem dizer um ao outro mesmo?
quatro:
eu me predispus. você apareceu. eu já havia me decidido que haveria, por alguns meses, um você. e o você apareceu. mas você veio melhor que a encomenda. você é melhor que o você que o eu imaginou. e como fico? mais uma volta na corda.
cinco voltas:
nas corridas quem dá mais volta em menos tempo ganha. no mercado de suicídios também. obviamente o que vale é dar voltas e desaparecer nelas. ou então, performar a morte. um corpo no momento em que deixa de viver.
seis:
deixar de viver corresponderia, grosso modo, a deixar de produzir reações metabólicas. é mentira isso tudo. o corpo, mesmo morto, se transforma. a morte é a continuação da transformação. o corpo definha. o corpo vira o que era um corpo. o corpo se parte. o corpo, na realidade, dá a ver o que ele realmente é: meras plenas partes.
sete:
que importa quem diz eu?
oito?
para quem importam meus olhos? eles importam para quem os vê. eles são importados para todos os mundos que eu mesmo não vejo. mundos, mundos, mundos. as vezes não dou conta dos mundos. sempre, quis dizer.
nove
ela quis dizer ama você. mas ela ama mesmo a si. e isso é bom. verdadeiramente muito bom. ela quer se transformar. o bom disso é que ela quer que você a leve. uma mão, uma mãe. ela ama você. essencialmente. como a ela mesma olhando para ela por você. ela ama a si, por seus olhos, você, mediação. o eu que ela através de você consegue ver.


do Manu, Manolo, minha Cibele querida, que me deixa em desavesso.
querendo mais, tem link ali.
"telepifania".

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Cafoninha Infame

Aí tem dia que você acorda lúcido.
Dá passos acertados, nem precisa pensar pra falar.
Você está ajustado com o tempo e as palavras são pura sensatez.

Aí você torce o nariz pra tudo o que é cafoninha.

Mas tem dias que não adianta. O Wando te parece um cara fofo, você acha bonitinho passarinho namorando e até esquece do trânsito se divertindo com a rádio Paradiso.

Em homenagem à segunda opção, bora, todos juntos, mãozinhas pro alto, é pra cantar comigo!

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agoooooora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdeeeeeeendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

(VAMO LÁ, MÃO PRO ALTO!)
Agooooooooora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando te encontrar

E nesse desepero em que me vejo
já cheguei a tal ponto
de me trocar diversas vezes por você
só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la


(MAIS UMA VEZ QUE TÁ BONITO!)
Agooooooooora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdeeeeeeeeeendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho


Ê belezura!
Ascenderam os isqueiros??
Aaannnhhh.... minha gente, bora então, de novo!

Agooooooooooooooooooora............

domingo, 11 de maio de 2008

Pai Branco, Pai Preto


Olha na caminhada, carrega pra luz.
Licença, peço.
Devagar, vago.
Nada vago, reto.
Olhos abertos que permitem enxergar as portas. E a diferença entre chaves trancadas e frestas encostadas.
Nenhuma necessidade de esmurrar ou forçar maçanetas.
...felizes daqueles que nem enxergam os portais, caminham.
Caminham e o olhar é em frente, adiante.
Pai, descortina o olhar.
Peço.
Atenção aos caminhos sem pedras.
Rezo.
"And in the end... The love you take is equal to the love you make..."
John & Paul.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sobre Ir ou Ficar

E por essas de que quem vai quer ficar e quem fica sempre quer ir, andei por uns anos repetindo minha não mais vontade de viajar.
"quero paz, quero casa."
Mas mochila nas costas empresta sentimento de que tudo é possível.
Pessoas, mundos, diversos prazeres. Que se cruzam e se completam impressionantemente.
A música lá do alto pode ser melhor sabida pelos de cá de baixo.
E o contrário idem.
E a troca é boa! Vira forró carioquês em doce mistura com rock paraibano.
Vira sorriso família, como aqueles que guardo de anos, nas pessoas recentes e passantes que dividem inacreditavelmente o lugar das irmãs e dos quartos de hotel.
Mochila nas costas, sol no rosto, trabalho com a sensação de etapa cumprida. E a vontade louca de seguir viagem.
E assim será.
Caminho como quem sabe que não é a última vez.
Mas aproveito como se fosse.
E o gosto pela estrada, pelos céus, pelos tantos universos particulares encontrados... faz lembrar quem sou.
Casa.
E mundo.